Michelle Bachelet fala sobre ‘mulheres na política’ com parlamentares da bancada feminina

A ex-presidente do Chile, atual diretora-Executiva da ONU Mulheres e subsecretária Geral da ONU, Michelle Bachelet, reuniu-se com deputadas e senadoras nesta quarta-feira, 14, para um diálogo sobre “mulheres na política”. Ela citou cinco prioridades estratégicas para governos e organizações sociais pela redução das desigualdades de gênero: aumentar a participação das mulheres na política, possibilitar-lhes o empoderamento econômico, ampliar presença de mulheres em processos de paz nos países onde há conflitos, eliminar a violência contra a mulher e inserir a questão de gênero em planejamentos e orçamentos públicos.

Michelle Bachelet destacou o fato de o Brasil ter uma mulher pela primeira vez na Presidência da República como sendo muito significativo. Ela disse, porém, que menos de 10% das chefes de Estado no mundo são mulheres, o que precisa ser mudado. Bachelet elogiou que 26% dos ministérios no Brasil sejam administrados por mulheres em áreas importantes, mas frisou os baixos índices de mulheres no Legislativo. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, há menos de 9% de mulheres entre os parlamentares. “Não pode haver verdadeira democracia sem a participação de quem representa mais de metade da população”, afirmou.

Para a diretora executiva da ONU Mulheres, as discussões sobre reforma política que estão ocorrendo no Brasil precisam levar em conta o tipo de política necessária para superar os obstáculos que a mulher enfrenta para conciliar a vida pessoal com a vida na política. Michelle Bachelet destacou também a necessidade de elevar o número de mulheres jovens na política, de abolir o tráfico de pessoas (que ela apontou como uma das piores formas de violência) e de se ampliar direitos a trabalhadoras domésticas, entre outros pontos.

Em sua visita ao Brasil, a ex-presidente do Chile visitou também a Conferência Nacional de Políticas para Mulheres e nesta quinta-feira tem uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff. Para a deputada federal Marina Sant’Anna, a presença de personalidades com histórico de luta contra a discriminação feminina, como Michelle Bachelet, em espaços como a Conferência da Mulher, reunião com parlamentares e interlocução com a sociedade, é fundamental para fortalecer as ações por igualdade e para estimular a formação de novas lideranças na política.

A reunião foi aberta pela representante da ONU Mulheres Brasil e Cone Sul, Rebecca Tavares. A coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada Janete Pietá, fez um histórico da participação de mulheres no Brasil na política, desde a primeira deputada federal eleita, em 1932, Berta Lutz. A líder falou também da evolução de direitos sociais e da violência doméstica.

 

 

Fonte: Marina Santana

+ sobre o tema

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...

para lembrar

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...
spot_imgspot_img

Feira do Livro Periférico 2025 acontece no Sesc Consolação com programação gratuita e diversa

A literatura das bordas e favelas toma o centro da cidade. De 03 a 07 de setembro de 2025, o Sesc Consolação recebe a Feira do Livro Periférico,...

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros ou que tenham protagonistas negros é a proposta da OJU-Roda Sesc de Cinemas Negros, que chega...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o Brasil teria abolido a escravidão oito anos antes da Lei Áurea, de 13 de maio de...