Ministra Luiza Bairros afirma que Prêmio Abdias Nascimento vai mostrar o tipo de jornalismo que a sociedade deseja

“De tudo o que nós fizemos nessa área, de promoção da igualdade racial, me parece que na comunicação – o jornalismo, especificamente, é um dos obstáculos mais difíceis de serem superados”, afirmou a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, sobre o Prêmio Jornalista Abdias Nascimento, lançado no último dia 10, no Rio de Janeiro. Para ela, a iniciativa vai mostrar qual é o jornalismo que sociedade brasileira deseja. “Essa iniciativa é de maior importância porque abre espaço para os bons exemplos e torna evidente qual é o tipo de jornalismo que nós queremos”, declarou, oferecendo o apoio a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) ao projeto.

Com sete categorias (mídia impressa, televisão, rádio, fotografia, internet, mídia alternativa ou comunitária e especial de gênero), o Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento foi criado para estimular a realização de reportagens sobre temas relacionados à população negra no Brasil. Os vencedores de cada categoria receberão R$ 5 mil. O prêmio homenageia o ativista e ícone da luta pela igualdade racial no país, o ex-senador da República Abdias Nascimento, hoje com 97 anos.

Para Elisa Larkin Nascimento, coordenadora do Instituto de Pesquisas e Estudos Afrobrasileiros (Ipeafro) e esposa de Abdias, o prêmio é uma das mais importantes homenagens feitas ao ex-senador. “O prêmio não se encerra numa estátua, numa medalha ou num evento. Mas sim abre novas oportunidades, espaços públicos de debates sobre essa questão racial, que é vital para a construção de uma verdadeira democracia, de uma verdadeira sociedade igualitária brasileira”, disse.

Equilíbrio

A representante da Fundação Ford no Brasil, Ana Toni, acredita que a iniciativa é estratégica porque associa o tema da liberdade de expressão à questão racial. “Pesquisas recentes revelaram que a imprensa brasileira adotou uma postura parcial em relação às ações afirmativas. O Prêmio Abdias Nascimento é uma oportunidade de estimular novas visões sobre essa e outras temáticas”, afirmou.

Outra que aposta na promoção da diversidade e no combate à invisibilidade no negro na mídia é a jornalista Mirian Leitão. “Existe uma tentativa da sociedade brasileira, da elite, de não ver os negros. É não ver fisicamente, não contar como foi a história, não abrir espaço e não reconhecer a sua existência”, disse a jornalista. O professor Muniz Sodré, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reforça a importância deste combate. “A nossa imprensa é atravessada pelo imaginário patrimonialista no tocante à desigualdade antropológica do cidadão de cor escura”, afirmou Sodré.

Lançado no Ano Internacional dos Afrodescendentes, conforme declarou a Organização das Nações Unidas (ONU), o Prêmio Jornalista Abdias Nascimento é uma iniciativa da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ). O projeto tem o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e do Centro de Informações das Nações Unidas no Brasil (UNIC). O patrocínio é da Fundação Ford. As inscrições estão abertas. Informações no site: www.premioabdiasnascimento.org.br .

 

 

Fonte: Lista Racial

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