Não toleramos mais os inimigos do Brasil

Abrimos um novo ciclo, e isso é o que nos move. A ciclicidade da vida nos dá o vigor e a força propulsora que nos move para o alto. Desafios não podem ser vistos como barreiras que nos inviabilizem, mas que, ao contrário, nos façam ir além de nossas expectativas, por vezes muito mais limitadoras do que as barreiras reais, embora não a ignoremos.

Por Mônica Francisco, do Jornal do Brasil 

Ao ouvir o discurso de posse da presidente da República, Dilma Rousseff, não pude deixar de pensar exatamente no que se constituiu na parte inicial deste artigo. Nas barreiras impostas aos que constituem a maior parcela da população brasileira. As dificuldades urdidas por força de lei, ou mesmo por força do hábito, e que mantiveram e ainda mantêm muita gente longe de uma vida mais digna.

“Brasil, Pátria educadora” é o lema do novo governo. Gente mais escolarizada, com maior inserção aos centros do saber. Aí minha atenção ficou mais forte. Não que as vicissitudes que assolam a Petrobras não me incomodem, as oscilações da inflação ou a relação de nosso país com seus parceiros externos me sejam indiferentes, ou que, como moradora de favela, os assuntos ligados à segurança pública passem ao largo.

Mas é justamente por vir de onde venho, e ser quem sou, e me deslocar por entre caminhos que me fazem olhar de frente o que aquelas barreiras reais ou construídas no calor das relações sociais cotidianas fizeram e ainda continuam fazendo, é que tenho a certeza de que devemos fazer o possível para que tudo dê certo.

Espero que todos os brasileiros e brasileiras estejam imbuídos do mesmo desejo e pensamento, não sem a consciência de que alguns brasileiros,  e isso temos a tristeza de constatar, se tornaram inimigos do Brasil, mas isso também não é novidade,  sempre os tivemos e sempre os teremos, a diferença é que não os toleramos mais.

Então queridos e queridas leitoras e leitores, avancemos e batalhemos por um país onde a tragédia da dificuldade de leitura e escrita dos que não tiveram as mesmas oportunidades que nós, não se constituam em piada ou motivo de gozação de quem nunca precisou escolher entre comer e ter um caderno ou entre sobreviver ou ir à escola.

FELIZ ANO NOVO! .

“A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não aos Autos de Resistência, à GENTRIFICAÇÃO e ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO e à REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL e à REMOÇÃO!”

*Membro da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.(Twitter/@ MncaSFrancisco)

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