O AFRODESCENDENTE NO CURRÍCULO DAS ESCOLAS BRASILEIRAS: OS DESAFIOS NO PASSADO E NO PRESENTE1
Roseane Maria de Amorim
Se alguém nos solicitasse fazer algumas considerações sobre a sociedade atual, de forma sucinta diríamos que ela é atravessada por uma velocidade e fluidez jamais vividas em outros tempos. A tecnologia favoreceu a comunicação entre as pessoas de diversas partes do planeta e o conhecimento está cada vez mais difundido por todo o espaço. Em contrapartida, ao mesmo tempo, temos um contingente de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza em várias partes do mundo e, especialmente, no Brasil, contingente esse também impedido do acesso ao conhecimento produzido e aos bens que qualificam a vida. Na nossa sociedade, grande parte desse contingente é de afrodescendentes aos quais coube a exclusão em diferentes níveis e esferas sociais. Ao longo do tempo, disseminamos, também por meio da cultura, um conjunto de estereótipos em relação a esse grupo social com base na instituição de identidades hegemônicas, a exemplo do homem branco, cristão, heterossexual, urbano e europeu.
Por outro lado, a escola entendida como um lugar de preparação para o convívio social contraditoriamente contribuiu, através dos seus currículos, também para disseminar o preconceito racial e fortalecer a desigualdade social. Por essa razão, há muito tempo estudiosos e membros dos movimentos negros têm colocado a necessidade de se redimensionarem as práticas curriculares e de combater as narrativas em que os/as negros/as sempre aparecem em patamar inferior. Diante dessa realidade, no século XXI, a escola brasileira encontra‐se com o desafio de dar visibilidade às identidades culturais que estão e estiveram ausentes do currículo escolar ou que nele aparecem de forma imprópria.
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Fonte: histedbr.fae.unicamp.br