Pastor evangélico acolhe filha trans de 10 anos: “Ela está sendo quem Deus criou para ser”

O pastor Chris Bruesehoff vem causando debate na Igreja Evangélica Luterana na América, nos Estados Unidos. Tudo porque ele superou as transfobias existentes na instituição e, ao lado da esposa, Jamie, acolheu a filha trans de 10 anos.

Por Neto Lucon Do Nlucon

Em entrevista à mídia internacional, ele declarou que acompanha as questões envolvendo filha, que foi designada menino ao nascer, desde quando ela tinha apenas dois anos.

Ela demonstrava se encantar pelo universo atribuído ao feminino, mas com o tempo eles perceberam que não se tratava apenas de um gosto pessoal. Mas que ela frisava que era uma menina. Aos sete anos, após os pais tentarem a encaixar nas expectativas de um menino, ela começou a ter crises e depressão.

Jamie conta que eles passaram a reavaliar tudo quando perceberam que a filha queria morrer por não ser compreendida em sua identidade de gênero. “Uma vez, ela tentou pular pela janela do segundo andar da casa”, recorda. Foi então que eles decidiram procurar ajuda médica.

Os pais entenderam que a única saída era acolher e deixar que a filha chamada agoraRebekah seja quem de fato é. “Com a ajuda de um especialista em gênero, Rebekah conseguiu livrar-se dessas camadas, e foi aí que sua família descobriu que não era um garoto que gostava de rosa: era uma garota”.

Agora, eles dizem que ela está sendo “quem Deus a criou para ser”: uma garota. Em julho de 2016, a família conseguiu retificar legalmente o nome e o gênero de Rebekah.

Rebekah tem uma vida tranquila ao lado dos pais e dos dois irmãos. Os próximos passos incluem o bloqueador de puberdade (medicação que vai impedir que ela desenvolva atributos associados ao masculino para que futuramente ela mesma passe pela hormonioterapia).

“(Cirurgias) é uma decisão que ela tomará no tempo certo. Não é algo que faríamos antes que ela tenha 18 anos”, afirmou a mãe.

Para quem pensa que eles preferem o anonimato, engana-se. Eles até criaram um blog falando sobre a realidade de uma família com uma filha trans para inspirar outras famílias e servir de exemplo de que é possível ser feliz longe da transfobia. As mensagens são de amor ao próximo e acolhimento.

Deus ama a nossa filha. Ele não a colocou no corpo errado. Isto é quem ela sempre foi, quem Deus criou para ser.  Ao contrário do que muitos dizem sobre transgêneros, Deus não comete erros”. Lindo isso, né?

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