“O que não serve para compartilhar é inútil”, afirma Mano Brown. É nessa frase que o rapper baseia a ideia do podcast Mano a mano. Em bate-papo virtual com jornalistas e convidados, Brown adiantou alguns pontos da segunda temporada da produção original Spotify, disponível a partir desta sexta-feira na plataforma de streaming musical.
O Mano a mano é um programa de entrevistas que começou em 2021 e é comandado por Mano Brown. Entre os convidados da temporada de estreia estão nomes como os músicos Karol Conká e Djonga, os atores Wagner Moura, Lázaro Ramos e Taís Araújo, o Dr. Drauzio Varella e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa conquistou público e relevância se tornando o segundo podcast mais ouvido do Brasil no Spotify em 2021. A entrevista com Lula atingiu a marca de episódio mais escutado da plataforma.
“Meu sucesso se deve a toda a equipe que está me assessorando”, conta Brown. Para o artista esse trabalho vai muito além da imagem que criou na música. “Não é a carreira do Brown, claro que é também. Porém, é algo muito mais amplo que isso”, pontua. “Aqui, eu não sou o Brown do rap, Racionais e imaginário. Apesar da voz associar, trato como duas coisas distintas”, completa.
O rapper afirma que está dando tudo de si para poder transmitir o máximo para os ouvintes do programa. Dessa forma prepara uma segunda temporada com entrevistados muito pedidos e com novos temas, como segurança pública e descriminalização da maconha por exemplo. Entre as atrações do novo ano da produção estão os artistas Emicida e Seu Jorge; o neurocientista Sidarta Ribeiro; e os jornalistas Cecília Oliveira e André Camarante. Além de ter afirmado que a ex-presidenta Dilma está no radar para, entre outras coisas, falar sobre o impeachment que sofreu em 2016. “A mulher mais injustiçada da história do Brasil”, classifica Brown.
Mano Brown adianta que, para além das novidades na temporada e da tentativa de elevar o nível do programa que já conquistou muito no primeiro ano, os valores permanecem os mesmos. “Comunicar é respeitar. Falar sem se importar com o que os outros vão entender é desrespeito”, fala o artista. Para ele o principal foco é o público jovem, que busca se informar por meio do podcast. “Se você não olha para o jovem, você não está pensando no futuro”, acredita Brown. “O legado é falar para os mais jovens sempre. Se eles não entenderem, faça-se ser entendido”, complementa.
O músico acredita que o programa o mudou e ele quer conseguir fazer com que o Mano a mano seja um agente de mudança para quem o escuta também. “Quando a gente se coloca em dúvida, o público também te coloca em dúvida. ‘Po, cadê o Brown com aquela convicção toda?’, eles falam. Minha dica é: se coloque em dúvida também. Nós somos uma metamorfose ambulante”, reflete já confirmando que essa mudança é sempre bem vinda. “Até o momento está valendo muito a pena”, avalia.