por Arísia Barros
Faz muito tempo que o racismo sentou banco nas escolas de Alagoas e subterrâneo esfacela a autoestima de meninos e meninas. Os ditos diferentes.
A violência nos espaços escolares vai além das drogas. O racismo na escola é uma imposição da sociedade miscigênica e racista.
O racismo transforma meninos e meninas em bichos acuados pelo medo da exposição. O medo os força a buscar abrigo na invisibilidade.
As situações narradas pela jornalista Flávia Amaral, do Jornal Tribuna Independente, na edição de 16 de outubro é uma simbologia preto-no-branco, de como a estrutura de governo legitima as disparidades étnicas e sociais existentes na escola.
A Lei nº 10.639/03 é um patrimônio particular e coletivo e precisa ser exercitada, com competência, pela gestão do estado.
Em 2007, o governador Teotônio Vilela Filho sancionou a Lei estadual nº 6.814/07 que tinha como principio adequar o estudo as questões locais. Estadualizou a Lei Federal nº 10.639/03.
Hoje, as duas leis, em Alagoas, são políticas natimortas.
Ao omitir-se, o estado cala e consente
Afinal, qual o real papel do Fórum de Educação e Diversidade Etnicorracial, em Alagoas? Qual a função da Gerência de Diversidade da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte?
Estivemos, no dia 06 de outubro, com o Secretário de Educação do estado de Alagoas , Adriano Soares e dentre outros assuntos falamos sobre o esvaziamento da política para o trato da educação antirracista,como também fizemos a entrega do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana e três edições do MEC, dentre elas Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-raciais e História da Educação do Negro e outras histórias que versam sobre o assunto.
O secretário garantiu que faria a leitura dos documentos, para só então formular uma opinião conceitual e institucional.
É preciso a partir da vocação agregadora do principio da legalidade fazer valer a lei nº 10.639/03, Secretário Adriano.
O princípio da legalidade diz respeito à obediência à lei.
E no contraponto da história, a partir das qualificações ministradas pelo Projeto Raízes de Áfricas, para a educação das relações étnico-raciais, a Faculdade Integrada Tiradentes, é a única instituição privada do país a implementar, curricularmente, as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura, em todos seus cursos, contudo…
O povo de pele preta nas escolas de Alagoas, ainda se constitui como uma população segregada a periferia da história.
Apesar de Aqualtune, Ganga Zumba, Zumbi e da maior expressão de resistência negra das Américas: a República dos Palmares.
Até quando, Secretário?
Fonte: Raízes da África