Relatório da ONU expõe a epidemia do crack no país

 

Relatório da ONU expõe a epidemia do crack no país

Segundo documento, apreensões quadruplicaram em um ano no Brasil

Lançado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), um relatório evidencia a disseminação do crack em capitais e cidades médias brasileiras.

O documento mostra que, em um ano, quadruplicaram as apreensões da droga no Brasil. Em 2006, foram recolhidos 145 quilos. No ano seguinte, esse total chegou a 578 quilos – o suficiente para produzir até 2,9 milhões de pedras. Apesar de grave, a radiografia é parcial, porque não inclui as estatísticas de todas as corporações brasileiras.

– O crack está incomodando muito e chamando muito a atenção – admitiu o secretário nacional de Políticas Antidrogas, general Paulo Uchôa, que fez ontem a divulgação do documento.

Para o representante do Unodc no Brasil, Bo Mathiasen, o maior desenvolvimento socioeconômico dos últimos anos, associado ao atrativo mercadológico do crack, ajuda a explicar o aumento do consumo da droga.

– Ele vicia muito rápido. O crack é uma preocupação porque as pessoas, uma vez viciadas, vão precisar de um tratamento. E há consequências para a comunidade e para a família. – assinalou Mathiasen a ZH.

A Polícia Federal (PF) destacou que o aumento reflete uma melhor eficácia na repressão. O crack explodiu, segundo a polícia, pela dificuldade crescente de se comercializar a cocaína.

– Não havendo chance de produzir o cloridrato de cocaína, começou a ingressar, pela nossa extensa fronteira de selva, pasta base para ser transformada em crack, num modo simples para a venda a varejo no Brasil. O Estado brasileiro deve ampliar o esforço de conscientização e manter repressão sem tréguas – disse o diretor do departamento de combate ao crime organizado da PF, Roberto Troncon.

Apesar do avanço preocupante, o Brasil ainda não tem uma política específica de combate à pedra. A Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) acredita que o principal elemento para prevenir os jovens contra o consumo de crack e de outras drogas é a ampliação do trabalho de conscientização.

– Nosso grande sonho é que o nosso jovem possa dizer não às drogas, mas não por medo da polícia. Que ele diga não com informação, maturidade e responsabilidade – afirmou o general Uchôa.

Saiba mais sobre o crack e como buscar ajuda em: http://zerohora.clicrbs.com.br/especial/rs/cracknempensar/conteudo,0,3759,O-apoio.html

Confira outras conclusões do documento, elaborado para lembrar o Dia Internacional contra o Tráfico e o Abuso de

Drogas:
maconha:
– O índice de usuários de maconha passou de 1% em 2001 para 2,6% em 2005

COCAÍNA
– 0,7% da população entre 12 e 65 anos usa cocaína no país. É um número que indica aumento em relação em 2001, ao contrário da tendência mundial

DROGAS INJETÁVEIS
– Entre 11 milhões e 21 milhões de pessoas no mundo usam esse tipo de entorpecente, conforme o documento.
– China, Estados Unidos, Rússia e Brasil concentram 45% do total de usuários em todo o mundo.

ANFETAMINAS
– O Brasil teve o terceiro maior índice de uso de metanfetamina, anfetamina e outros inibidores de apetite
– Entre 2001 e 2005, o país reportou que o uso de substâncias do grupo anfetamina nas áreas urbanas mais que dobrou, com os índices passando de 1,5% para 3,2%

matéria original: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2557910.xml

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