RIO – Além da proposta que detalha a criação de cotas para estudantes de escolas públicas estaduais, a reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresenta nesta quinta-feria (19) à comunidade acadêmica medidas de apoio à permanência desses alunos na instituição. No documento encaminhado ao Conselho Universitário (Consuni), a reitoria sugere a oferta de 2 mil bolsas de estudo no valor de R$ 360, bilhetes de transporte gratuito e computadores portáteis (netbooks), além de aulas de reforço em disciplinas como português e matemática.
O representante do Centro de Ciência Jurídicas e Econômicas no Conselho Universitário, professor Marcelo Paixão, avalia que as medidas estão centradas nos cotistas e alerta que alguma delas, como a oferta de netbooks, podem estigmatizar esses alunos.
– É preciso pensar na universalização, na ampliação dos serviços para toda a comunidade acadêmica. A ampliação dos laboratórios de informática atenderia a esses estudantes e aos demais – disse em entrevista à Agência Brasil.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) também defende a universalização. Os representantes estudantis criticam a lotação na Casa do Estudante e as filas do único Restaurante Universitário da UFRJ, ambos situados no campus da Ilha do Governador.
De acordo com a UFRJ, há 510 vagas na Casa do Estudante, todas preenchidas.
– Mas, na prática, está superlotado porque os alunos de lá cedem espaço para outros que precisam dormir perto do local de estudo – contesta Anderson Tavares, coordenador de Infraestrutura do DCE.
Os estudantes criticam também o grande número de refeições servidas por dia no restaurante universitário: 2,5 mil almoços, por R$ 2 .
– As filas começam às 10h – afirma Kenzo Soares, diretor de Cultura do DCE, que cobra a abertura de mais restaurantes e alojamentos nos outros campi da UFRJ.
A Pró-Reitoria de Graduação da UFRJ foi procurada, mas não respondeu.
Fonte: O Globo