Fórum conversou com Hebert Vinícius Miranda, o Jump, poeta do subúrbio do Rio de Janeiro viralizou nas redes sociais com um vídeo em que fala sobre racismo e homofobia. Assista a entrevista
Por Felipe Martins, da Revista Fórum
Foto: Julio Campagnolo
No auge da polêmica provocada pela liminar judicial que autorizou a famigerada “cura gay”, o vídeo de um poeta do subúrbio do Rio de Janeiro viralizou nas redes sociais com mais de 500 mil visualizações. Hebert Vinícius Miranda ou Jump, apelido que ganhou no tempo de atleta do salto em distância, retratou nas poderosas rimas a hipocrisia da sociedade brasileira que prega contra o respeito às identidades de gênero durante o dia e “acessa escondido o pornô transex”.
Morador de Vigário Geral, um dos bairros mais pobres da cidade, Jump abordou na entrevista em vídeo que acompanha esta matéria a realidade de ser negro, LGBT e periférico no Brasil: O enfrentamento do racismo, da homofobia e da objetificação do corpo negro.
Ele reflete sobre como o racismo e a homofobia quando atuam juntos sobre o mesmo corpo negro provocam uma combustão de preconceito sobre a vítima do discurso preconceituoso “Há uma expectativa sobre o homem negro de que ele seja másculo, o pegador. Então você ouve coisas do tipo ‘Um negão desses ser viado’. As pessoas são muito mais agressivas com um LGBT negro”.
São reflexões que ele, aos 25 anos, transborda em projetos culturais que promove na periferia da Região Metropolitana do Rio. Em Vigário Geral, promove o Slam da Praça, batalha de poesias que reúne vozes periféricas da cidade. Coordena um coletivo de poetas que promove o Slam Favela Tem Voz. Os artistas se apresentam em bairros da zonas Norte, Oeste e na Baixada Fluminense.
É a contribuição transformadora para quem tem a oportunidade de receber o impacto da arte de Jump.
“Tem muita coisa boa dentro da favela. Tem muito talento perdido. ‘Pra’ arte, ‘pro’ esporte, ‘pra’ ciência. Se eles olharem para dentro da favela vão descobrir muito mais coisas boas do que já tem”.
Assista.