Unesco e Brasil criam programa para ensino da história africana

A Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Governo brasileiro elaboram um programa para o ensino da história da África, que será aplicado nas escolas do país e depois estendido a nações do continente africano, informaram nesta sexta-feira, 24, fontes do organismo.

A base desse programa será a história geral da África, que historiadores, em sua maioria africanos, elaboraram há mais de três décadas apoiados pela Unesco e que gerou uma obra de oito volumes, publicados em 1981. “Atualmente, o processo de tradução dos oito volumes para o português está terminando”, disse o coordenador de educação do escritório da Unesco no Brasil, o italiano Paolo Fontani.

A história geral da África já foi traduzida para os idiomas inglês, francês e árabe e servirá de base para a elaboração de planos de educação dirigidos aos países africanos em que se falam essas línguas, conforme foi determinado em uma recente reunião do organismo em Trípoli.

Segundo Fontani, o texto traduzido para o português deve ser formalmente apresentado em meados de novembro. O passo seguinte será preparar livros pedagógicos para os professores das escolas brasileiras e, finalmente, redigir e publicar manuais de texto para os alunos, para que em um prazo de um ou dois anos a história africana seja definitivamente incluída no conteúdo dado nas salas de aula do país.

“A ideia é depois expandir esses programas em português para todos os países luso-africanos”, que ainda não contam “com uma história geral redigida de sua própria perspectiva” nas escolas, destacou Fontani. Segundo ele, o Brasil será assim “o primeiro país envolvido em um projeto desse alcance”, que será aproveitado por seus próprios alunos e também pelos de outras antigas colônias portuguesas, como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Fontani avaliou o interesse do Governo brasileiro em cooperar nesse projeto, que, segundo ele, reafirma a aposta do Brasil no continente africano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que nos últimos oito anos, as relações com a África foram consideradas “políticas de Estado” e que, em janeiro de 2011, quando não estiver mais no poder, quer trabalhar em favor do desenvolvimento social do continente africano.

Desde que assumiu a Presidência, Lula visitou 27 países africanos e, com eles, reforçou tanto as relações diplomáticas quanto a troca comercial, que nos últimos sete anos passou de US$ 5 bilhões para US$ 26 bilhões. O Governo Federal também prevê para o ano que vem a inauguração da Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab), que inicialmente terá 2,5 mil alunos brasileiros e 2,5 mil procedentes de nações africanas de língua portuguesa.

Fonte: Lista Racial

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