Zona AGBARA exorciza esteriótipos impostos a mulheres pretas e gordas

Objetivo é promover a visibilidade e valorização da produção artística de mulheres pretas e gordas, tendo a Dança como ferramenta de transgressão e afirmação estética e social

 

por Anderson Hebreu, do  Noticiário Periférico

 

“AGBARA” no dialeto Yourubá significa potência e força. Um nome significativo e simbólico que batizou o novo projeto idealizado pela artista da dança Gal Martins. Ela juntou-se a Dandara Gomes, Luciene Barros e Fabiana Pimenta para criar a Zona AGBARA, um grupo de mulheres que expressam seus sentimentos pessoais e artísticos através da criação em dança como principal ferramenta de transgressão e afirmação estética e social. O propósito da Zona AGBARA é dar visibilidade e valorização a produção artística de mulheres pretas e gordas, para isso cria-se o Grupo de Pesquisas, Diálogos e Performances, onde serão discutidos diferentes temas relacionados o universo dessas mulheres.

 

O primeiro deles acontece no dia 11 de fevereiro, das 10h às 17h, no Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo (Galeria Formosa – Baixos do Viaduto do Chá, s/n – região central de São Paulo) e o tema será “Feminismo Negro e Gordofobia”. A estrutura dos diálogos envolverá diálogos e a criação de uma ação performática baseada nas partilhas realizadas durante o encontro. “Afetividade da Mulher Preta e Gorda e Maternidade”, “Mulheres Pretas e Gordas Encarceradas e Mercado de Trabalho”, “Identidade de Gênero”, “Saúde Mental da Mulher Preta e Gorda” e “Beleza, estética negra e religiosidade” serão os temas dos próximos meses.

 

Além dessas discussões a diretora Gal Martins propõe a criação de um espetáculo de dança que utilizará como uma de suas inspirações a história de Saartjie, a Vênus Negra, mulher negra que há dois séculos foi exibida em uma jaula na Europa por ter proporções avantajadas.”É como se fôssemos as Vênus contemporâneas. Vamos nos reunir para quebrar padrões, inserir um papel

 

estético no mundo, sem repressão da família ou da sociedade. Achamos importante, diante deste atual contexto, demarcar o espaço, por isso inclusive de se inserir o termo “zona” no projeto”, explica Gal Martins que voltará para a cena como interprete, depois de anos dedicados exclusivamente para direção artística de diversos espetáculos.

Contemplado pelo edital Proac Artes Negras, o espetáculo, que terá preparação corporal de Rosângela Alves e direção de Gal Martins, tem previsão de estreia para Julho . “Serão corpos em protesto, vozes potentes através de quatro Vênus Negras do nosso tempo, ancestralidade e protesto, dança, aceitação e empoderamento”, afima Gal Martins, que com este trabalho também pretende realizar uma ação pedagógica em escolas públicas com apresentação de performances e diálogos a serem realizados com educadores e alunos acerca das questões raciais e de gênero e garantia da aplicação da Lei 10.639, além de depoimentos que valorizem a beleza negra e reinvente os padrões estéticos já estabelecidos.

Projeto Zona AGBARA

 

Quando: 11 de fevereiro, das 10h às 17h

 

Onde: Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo

 

Endereço: Baixos do Viaduto do Chá, s.n, Galeria Formosa, Centro (antiga Escola Municipal de Bailado)

 

Tel: (11) 3214-3249

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