1º Blackface não é legal
Ao trabalhar a temática evite pintar o rosto de crianças brancas com tinta preta/marrom. Além de ofensivo, essa atitude não ajuda na conscientização dos estudantes. Ao invés disso, chame para o centro da atividade os estudantes que realmente são negros. O/a aluno/a não-negro/a deve entender que tem um papel importante na construção de uma sociedade igualitária e na valorização da cultura afro-brasileira mesmo não sendo negro.
por Juliana Gonçalves no Ceert
2º Palha de aço não é material didático
Não raro ainda insistem em representar o cabelo crespo com palha de aço em atividades escolares. O problema desse “recurso” é que “cabelo bombril” é justamente um dos xingamentos mais comuns usado contra negras e negros. Ou seja, uma forma depreciativa de se referir ao cabelo crespo. Ao invés disso, incentive as crianças negras a dizerem como gostariam de ter o cabelo representado – bolinhas de papel crepom, macarrão parafuso, desenho livre a mão, feijão preto etc.
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3º Somos livres!
A escravidão deixou um legado de desigualdade indiscutível. Exatamente por isso, positivar a imagem do negro e da negra brasileira é tarefa constante e o primeiro passo é fugir da velha imagem do escravo acorrentado que aguarda passivo sua libertação. Ao invés disso, se for falar do passado, busque os reis e rainhas africanos/as e negros/as brasileiros/as que se destacaram na luta pela liberdade como Dandara, Zumbi, Luiza Mahin.
4º O cabelo é bom, ruim é o racismo
Cuidado ao se referir ao cabelo das crianças como “ruim , duro, pixaim”. No lugar use palavras como “crespo”. “enrolado”, “afro”.
5º Cuidado com a síndrome de senhorita Morello
“Chris. Vocês negros têm uma capacidade incrível de dissimular. Vai ser ótimo ter um negro representante na peça!”
Mesmo sendo um seriado cômico, em um único episódio de “Todo mundo odeio o Chris” dá para entender o quão necessário é estudar sobre a cultura e vivências de um povo para não reproduzir estereótipos mesmo com “toda a boa vontade do mundo”, assim como a senhorita Morello.
6º Bibliografia: nada de parar no tempo
É primordial atualizar a bibliografia que será trabalhada com alunos/as. Antes de começar, pesquise para ver o que encontra de opiniões sobre o livro/vídeo que pretende adotar em sala de aula. Há alguns livros que já são considerados ultrapassados ou problemáticos na abordagem de raça, então é bom estar atento/a.