Fundação Tide Setubal lança nova rodada de financiamento coletivo de bolsas de estudos para lideranças negras

  • As doações ocorrem por meio da plataforma de matchfunding disponível em: https://parcerias.benfeitoria.com/canal/alas
  • A cada R$ 1 doado por pessoas físicas e jurídicas o fundo Alas investe mais R$ 2, triplicando os valores recebidos.
  • Ao todo serão 110 bolsas de estudos ofertadas às lideranças negras nas instituições parceiras Insper, Singularidades, Vetor Brasil, Instituto Semear e Coletiva AfroFund.

A Fundação Tide Setubal, por meio da Plataforma Alas, realiza até 1º de junho uma nova rodada de campanhas de financiamento coletivo em parceria com Insper, Singularidades, Vetor Brasil, Semear e AfroFund. Serão ofertadas bolsas de estudos às lideranças negras nas universidades privadas que abrangem cursos de graduação e preparatórios para gestão pública, além de auxílio para a permanência universitária. A iniciativa tem o apoio financeiro do Itaú Unibanco, da Fundação Behring e da Fundação Lemann.

O financiamento coletivo ocorre por meio de matchfunding disponível em: https://parcerias.benfeitoria.com/canal/alas. A cada R$ 1 doado por pessoas físicas e jurídicas o fundo Alas investe mais R$ 2, triplicando os valores recebidos. Na rodada de 2021 foram mobilizados recursos para viabilização de 47 bolsas de estudo. Agora, a expectativa é que as campanhas arrecadem cerca de R$ 1 milhão, o que vai proporcionar a oferta de 110 bolsas.

Pelo segundo ano consecutivo, o Insper participa oferecendo apoio para o pagamento de mensalidades e outros tipos de auxílio para estudantes negros aprovados no Programa de Bolsas de Estudos Insper. Outra instituição parceira é o Instituto Singularidades, que mantém cursos de graduação de Letras e Pedagogia e distribuirá bolsas nesta modalidade. O Vetor Brasil também volta a oferecer cursos e mentorias individualizados com foco na gestão pública.

A nova rodada de financiamento coletivo ganhou a adesão de instituições que participam pela primeira vez, como Instituto Semear, que oferecerá bolsa auxílio de permanência universitária, e AfroFrund, que dará suporte financeiro para o acesso aos estudos e financiamento de bolsas de estudos.

Viviane Soranso, coordenadora do Programa Raça e Gênero na Fundação Tide Setubal, detalha que a ideia é provocar em cada novo parceiro da plataforma um exercício para avaliar quais oportunidades para pessoas negras estão sendo oferecidas em suas próprias instituições: “Ou seja, estimulamos também a reflexão sobre de que modo as instituições estão olhando para a diversidade no seu quadro de colaboradores. Para além da bolsa, esses parceiros precisam se questionar: há pessoas negras em cargos de decisão nos nossos espaços?”.

Denise Silva, gerente de Equidade Racial do Vetor Brasil, explica: “A campanha é uma grande oportunidade para fortalecer o Programa Ubuntu na sua missão de impulsionar a diversidade racial no setor público, para promover políticas públicas antirracistas. Acreditamos que é essencial ter pessoas negras no poder, tomando decisões sobre pautas que as interessam. O Programa combina uma proposta de formação, desenvolvimento profissional e criação de rede para tornar isso possível. A campanha da Plataforma Alas é uma alavanca colaborativa que nos faz mobilizar seguidores, antigos participantes, empresas, influenciadores, apoiadores e todo o nosso time, entendendo que juntos a gente chega mais longe nesse propósito!”.

Ana Carolina Velasco, gerente de Relacionamento Institucional do Insper, reforça que a parceria com a Plataforma Alas permite que o Insper amplie a oferta de ensino superior de qualidade a jovens negros, contribuindo para transformar realidades e criar novos caminhos e oportunidades profissionais: “É muito importante para nós, como instituição, fortalecer a diversidade étnico-racial do corpo discente, e essa meta transborda para um futuro com mais diversidade e equidade racial também no mercado de trabalho brasileiro”, completa.

A bolsista Aline Durans, integrante do Programa Ubuntu — Desenvolvendo Lideranças Negras no Setor Público, no Vetor Brasil, diz que, além do aprendizado, a bolsa de estudos propiciou o resgate da autoestima profissional: “A autoconfiança profissional e pessoal de que eu sou capaz. Eu consegui uma bolsa em uma universidade bem vista no campo do conhecimento público. Ser uma pessoa negra e trabalhar na gestão pública é muito desafiador, ainda mais na gestão de São Paulo”.

+ sobre o tema

Osaka se emociona ao receber mensagens dos pais das vítimas homenageadas

Naomi Osaka está engajada na luta contra o racismo....

Vídeo polêmico ‘No Light, No Light’ de Florence é acusado de racismo

  Kele Okereke acusou Florence de racismo no novo vídeo...

para lembrar

Impacto do racismo na saúde mental

“Ninguém pode ser autenticamente humano enquanto impede que os outros...

Por um carnaval sem blackface – Negritude não é adereço

Oficialmente o Carnaval só começa no próximo final de...

Vigilante de supermercado Extra mata jovem por sufocamento no RJ

Vigilante de supermercado Extra mata jovem por sufocamento no...

No RS, skinheads ameaçam senador e ex-ministra negros em vídeo

Durante uma ação da Polícia Civil gaúcha pelo...
spot_imgspot_img

Número de pessoas mortas pela PM paulista cresceu 138% no 1º trimestre

Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo mostram que o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no...

Livro continua a ser o melhor investimento de uma pessoa

Em janeiro de 2017, o mundo já era bastante confuso e acelerado. Mal sabíamos o que o futuro nos reservava. Parece até que estou falando...

Seu antirracismo é de fachada?

"Eu não tive a intenção, agora entendo que minhas atitudes são consequências do racismo estrutural." Não foram exatamente essas as palavras que uma cantora branca de sucesso...
-+=