Curso Negro: Movimentos de libertação na África

Coordenação e organização: Danilo Ramos – Curador do Espaço Cultural Dona Leonor (CCDL) e Deivison Nkosi (Grupo Kilombagem).

O curso tem a finalidade de apresentar os debates teóricos e políticos presentes nas lutas de libertação dos países africanos a partir da segunda metade do século XX e, sobretudo, refletir sobre  a validade desse debate para o entendimento do racismo contemporâneo.  No curso serão apresentadas as biografias de algumas das principais lideranças e correntes que disputaram o interior do movimento pan-africanista, tais como o marxismo, o nacionalismo “africano”, a negritude cultural e científica, entre outros.

Serão problematizados ainda os dilemas e escolhas tomadas diante da chamada Guerra Fria, em especial as barganhas e intervenções dos países imperialistas como a Inglaterra e os Estados Unidos da América na contrarrevolução e para o desmantelamento dos movimentos de libertação africanos, bem como as táticas efetivadas para manter o domínio do continente africano subordinado ao capital monopolista.

Por fim, o curso ainda se propõe a abordar o impacto dos movimentos negros no Brasil, principalmente no período das décadas de 1960 e 1970.

 

Cronograma 

Dia 18/01/2016 – Como a Europa subdesenvolveu a África

Objetivo: Compreender quais foram às práticas que os países de formação de capitalismo clássico fizeram para poder monopolizar a riqueza social explorando o continente africano; o Congresso de Berlim, convocado pelo Chanceler Otto von Bismarck, de 1878 que reuniu os principais representantes das potências europeias que partilharam o continente africano; nesse módulo terá como referência os estudos de Walter Rodney – Como a Europa subdesenvolveu a África – e, Kwame N’Krumah – Neocolonialismo: último estágio do Imperialismo. Ainda, será tematizado as questões em torno do imperialismo e seu impacto nos países do continente africano.

Expositor: Marcio Farias – Possui graduação em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2011), mestrado em Psicologia Social na PUC-SP (2015), coordenador do Núcleo de Estudos Afro Americanos (Nepafro). Atua como Auxiliar de Coordenação para acessibilidade no MuseuAfroBrasil.

Indicação de leitura:     GOMES, F. F. Mwalimu Rodney. Uma introdução a vida e obra de Walter Rodney. Disponível para download aqui.

Dia 19/01/2016 – Em defesa da revolução africana e o Pan-africanismo

Objetivo: a partir dos movimentos de libertação na África o encontro apresentará as correntes no interior do movimento pan-africanista, os projetos que estavam em voga no momento das lutas de libertação; ainda, priorizará as lutas existentes na Argélia, Burkina Faso e Angola.

Expositor: Deivison Faustino – Formado em Ciências Sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA), mestrado em Ciências da Saúde pela FMABC e doutorado em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR); Integrante do Kilombagem

Indicação de Leitura: FANNON, F. Racismo e Cultura. Disponível para download aqui.

20/01/2016 – Política, Cultura e Emancipação Humana: o caso de Cabo Verde e Guiné-Bissau e Moçambique.

Objetivo: A partir das lutas sociais em Cabo Verde e Guiné-Bissau e em Moçambique, será considerado os processos de lutas travadas contra o imperialismo; a luta dos Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO); a partir dos escritos de Amílcar Cabral e Samora Machel, qual a relação entre cultura e política, visto que a articulação entre essas duas esferas foram fundamentais, não somente nos referidos países, mas nos demais territórios que se opuseram contra o neocolonialismo.

Expositor: Weber Lopes Góes – Bacharel em História e Especialista em Ciências sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA) e mestrado em Ciências Sociais (UNESP/Marília).

Indicação de leitura: CHASIN, José. Sobre Moçambique. Disponível para download aqui; FREIRE, Paulo. Amílcar Cabral: o pedagogo da revolução. Dispinível para downloadaqui.

 21/01/2016 – A Senegâmbia no contexto da luta anticolonial

Objetivo: considerando as lutas de libertação africana, quais foram as estratégias de combates ao imperialismo efetivados em Senegal e, ao mesmo tempo, as influências do movimento negritude e do marxismo enquanto ferramentas de libertação no referido país.

Indicação de leitura: DOMINGUES, Petrônio. Movimento da negritude: uma breve reconstrução histórica. Disponível para download aqui.

Expositor: Sallomão Jovino da Silva – Possui mestrado e doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com estágio no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Atualmente professor do Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA) e é Consultor da Secretaria de Educação do Município de São Paulo.

22/01/2016 – Discurso sobre o colonialismo: o movimento negritude e seu impacto no movimento negro brasileiro nos anos de 1970.

Objetivos: será abordado quais as críticas contra o neocolonialismo na África a partir do fundador do movimento negritude Aimé Césare; ainda, a partir das lutas do movimento negro brasileiro qual a influência das lutas de libertação na África no movimento negro do Brasil.

Expositor: Milton Barbosa – Fundador do Movimento Negro Unificado (MNU).

Indicação de leitura: CÉSARE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. Disponível para download aqui; DOMINGUES, Petrônio. Movimento da negritude: uma breve reconstrução histórica. Disponível para download aqui.

 

Informações gerais 

Público Alvo: Estudantes de Ciências Sociais, Geografia, Pedagogia, Serviço Social, História e áreas afins; educadores sociais, profissionais da área da educação, educador comunitário e interessado nas temáticas.

Critérios de participação: Os interessados devem se comprometer a ler os textos indicados para cada encontro.

Estrutura do Curso: A duração do curso será de 15 horas dividido em cinco módulos, sendo que cada um terá a duração de 3 horas.

Metodologia: Leitura de textos, exposição e discussão junto aos participantes.

Será emitido certificado para os participantes, uma vez que tenham frequentado ao menos 75% do curso.

Informações: [email protected]

Local

Espaço Cultural DONA LEONOR 

Rua San Juan, 121, Parque das Américas (Mauá/SP). Cinco minutos da Estação de Trem Guaquituba da CPTM, linha Turquesa.

INSCRIÇÕES 

(AQUI)

kilombagem-3

kilombagem-4 

Foto em destaque: Imagem retirada do site Oganpazan

+ sobre o tema

Teatro de bonecos em São José dos Campos mostra diversidade africana

O espetáculo teatral “Os Orixás”, do grupo Giramundo Teatro...

Azoilda presente!

Foi com imenso pesar que recebemos a notícia do...

Diálogos entre literatura e jornalismo em Angola na passagem do século XIX ao XX

Sheila Ribeiro Jacob (Universidade Federal Fluminense) RESUMO Neste artigo...

CineSesc estreia nova temporada do Cine África online dia 10 de setembro

Entre os meses de setembro e novembro, a Mostra...

para lembrar

Benjamim de Oliveira: O primeiro palhaço negro do Brasil

Benjamim significa o filho da felicidade e Benjamim de...

Bia Ferreira lança clipe de “Benção da Prosperidade” e anuncia agenda de shows nacionais e internacionais de 2024

 A cantora, compositora e multi-instrumentista Bia Ferreira começa 2024 lançando o...

A vida de nossos idosos negros também importa

Novembro é o mês em que parte da população...

O racismo e o extermínio dos jovens negros

Esse texto de análise debate a prática racista, a...
spot_imgspot_img

Festival Feira Preta tem shows de Luedji Luna, Tasha & Tracie e Marcelo D2 a partir de sexta no Parque Ibirapuera, em SP

Mais uma edição do Festival Feira Preta, um dos maiores eventos de cultura negra da América Latina, vai ser realizado a partir desta sexta-feira...

Iza faz primeiro show grávida e se emociona: “Eu estou muito feliz”

Iza se apresentou pela primeira vez grávida na noite do sábado (27), em um show realizado no Sesc + Pop, em Brasília, no Distrito Federal. Destacando...

50 anos de Sabotage: Projeto celebra rapper ‘a frente do tempo e fora da curva’

Um dos maiores nomes no hip hop nacional, Sabotage — como era conhecido Mauro Mateus dos Santos — completaria 50 anos no ano passado. Coincidentemente no mesmo ano...
-+=