São Paulo é líder em denúncias contra homofobia

15% das denúncias feitas à Secretaria de Direitos Humanos são da capital

São Paulo lidera o ranking de denúncias de violência por intolerância recebidas pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – 15% de todas as denúncias recebidas, entre janeiro e outubro deste ano, são de São Paulo.

Com tantos casos, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, defende a aplicação da mesma lei para racismo e homofobia,” já que não há condições de isentar qualquer pessoa seja por agir discriminando e incentivando o ódio contra quem quer que seja”. Segundo ela, se os crimes racistas são considerados crimes, os crimes homofóbicos também são.

Quem passa pela agressão conhece bem a dor e o trauma que ela deixa. Marcos e Júlio compravam cigarros em um posto de gasolina, na capital paulista, quando foram abordados por dois rapazes.

Os quatro já haviam se encontrado pouco tempo antes, em uma boate perto dali. No entanto, os agressores esperaram eles se distanciarem das câmeras e se aproximarem de uma região escura para agredi-los. Julio conta do ódio do agressor.

– Ele [o agressor] veio para cima falando: ‘você tem que morrer, tem que morrer’.

Julio achou que Marcos já estava morto e gritou pedindo ajuda. No entanto, os policiais que o atenderam disseram que “não podiam fazer nada”.

Com fratura dupla na perna, hemorragia e um coágulo cerebral, Júlio parou de trabalhar, não consegue mais sair de casa e vai ficar seis meses em tratamento. Marcos, jê recuperado das lesões físicas, conta que ainda não superou o medo.

Os agressores, Daniel Vieira, 26 anos, estudante de gastronomia, e William Cardoso, 25 anos, estudante de direito, foram identificados nas imagens do circuito de segurança do posto e respondem a processo por lesão corporal.

Mais frequente na região da Avenida Paulista e da Rua Augusta, que atrai milhares de pessoas diariamente devido à agitada vida noturna de bares e boates, a violência contra homossexuais ainda enfrenta o silêncio da multidão que passa ao lado e assiste às brigas e agressões, mas nada faz, com medo de ser mais um na lista de vítimas.

 

 

 

 

 

 

Fonte: R7

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