Fonte: Írohín
Incentivar e por em práticas políticas de promoção da diversidade foi tema de debate em São Paulo
A seccional paulista da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e o Governo do Estado de São Paulo promoveram na manhã desta terça-feira, 27 de outubro, o debate “A diversidade como estratégia de RH”. No evento, que aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, também foi lançada a segunda edição do Selo Paulista da Diversidade.
Hélio Santos, presidente do Instituto Brasileiro da Diversidade (IBD), falou sobre o tema dizendo que ações nessa área agregam valor para a organização. “O RH deve ser cada vez mais pró-ativo e menos reativo”. Para Santos, a diversidade deve acontecer em todas as cadeias do RH: recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, carreira, promoção e desligamento.
Segundo o presidente do IBD, a prática de ações que fomentam a diversidade dentro das organizações cria novos paradigmas, traz ao RH um compromisso com a contemporaneidade e promove o desenvolvimento de uma nova cultura. Para por em prática iniciativas com foco na diversidade, primeiro vem a sensibilização, que deve começar com a alta direção, seguido pelo diagnóstico (senso), pelo estabelecimento de metas, treinamento e controle.
Para apresentar o lado prático do tema foram convidados o vice-presidente da Renault para o MERCOSUL, Alain Tissier e o diretor de RH da Basf para a América do Sul, Wagner Brunini, que também ocupa o cargo de vice-presidente da ABRH-SP.
Basf
Para entender a complexidade de uma organização como a Basf, maior empresa química do mundo, basta olhar os números. Em âmbito global a companhia tem 97 mil funcionários, oito mil produtos, atua em 170 países, com produção em 40 deles, e teve faturamento de 62 bilhões de euros em 2008. Na América do Sul são 5,5 mil funcionários e cerca de 5% do faturamento mundial.
Segundo o diretor de RH, o grande desafio é vencer o ceticismo. “Nós formamos a melhor equipe na indústria por meio da diversidade”. Para trabalhar com o tema, a empresa atua em três pilares: plano de comunicação, que visa promover a diversidade e a inclusão, plano de conscientização e plano de mobilização, que define os papéis e as responsabilidades.
Os resultados aparecem nos números. O total de mulheres aumentou de 18%, em 2004, para 22% em 2008. O de negros passou de 4,1% para 5,9%, na mesma comparação. Os números de 2009, que ainda não foram finalizados, mostram que hoje a empresa está com: 20,5% de mulheres; 1,8% de mulheres negras; e 25% de funcionários com mais de 45 anos.
Renault
Há dez anos no Brasil, a empresa automobilística de origem francesa tem 4,5 mil colaboradores. Para o vice-presidente da companhia, o quadro de funcionários deve ser o espelho da sociedade. “Não se faz diversidade por beleza da arte. Se faz por ser estratégico para o negócio”. Tissier lembrou outros tipos de pluralidade importantes para uma organização, como a diversidade das experiências e a diversidade política.
Como exemplo, o executivo citou uma recém-criada diretoria na Renault mundial. Há dois meses essa nova área, comandada por uma mulher, reúne todas as políticas sociais da empresa, entre elas as de fomento a diversidade. Citando números, Tissier disse que na França há 20% de mulheres em cargos de gestão. Em contra partida, no Japão esse mesmo percentual é de 5%. No Brasil, a empresa aumentou, de 2005 a 2009, em 100% o número de funcionários portadores de alguma deficiência, passando de 100 para 200 colaboradores.
Selo Paulista da Diversidade
A iniciativa do Governo do Estado de São Paulo é um instrumento de política pública para o mercado de trabalho. Instituído em 2007, o Selo objetiva destacar organizações públicas, privadas e da sociedade civil que desenvolvam programas, projetos e ações de promoção e valorização da diversidade em seus ambientes de trabalho. Na primeira edição foi concedido esse reconhecimento para 24 empresas, entre as quais Bradesco, Fleury, Nextel, Wal-Mart e Accenture. As inscrições para a próxima edição estarão abertas a partir de novembro
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