Afropunk Festival ganha edição em Salvador em 2020

Evento é um dos maiores festivais de cultura negra do mundo
Por Marília Moreira, Do Correio
Duas mulheres negras, uma de cabelo curto azul e a outra usando peruca e boina amarela, abraçadas e sorrindo
Afropunk Fest, Brooklyn, 2017 (Foto: Kadeem Johnson)

Um dos maiores festivais de cultura negra do mundo, o Afropunk Festival vai ganhar uma edição em Salvador em 2020. A informação foi compartilhada pelo cantor Fióti, irmão do rapper Emicida, no Twitter, no início da tarde desta sexta-feira (14). Ainda não há mais detalhes.

Desde 2005, o evento acontece no Brooklyn, em Nova York. No entanto, já teve edições em Paris, Atlanta, Londres e Joanesburgo. Além de ser reconhecido pelo line-up, o Afropunk é prestigiado por sua missão de promover a liberdade e ser um transformador social. O festival é referência para moda, arte, economia criativa e empreendedorismo negro.

A relação do Afropunk com o Brasil – e com Salvador – se estreitou no início deste ano, quando Matthew Morgan, co-fundador do evento, esteve na cidade acompanhando o Carnaval. Foi nessa ocasião que ele conheceu detalhes da Batekoo, festa criada há cinco anos, no Rio Vermelho.

O que surgiu enquanto uma festa de despedida no bairro mais boêmico da capital baiana, para um dos seus organizadores, o designer, jornalista, DJ e produtor, Wesley Miranda, foi a oportunidade perfeita para o também DJ, designer e produtor, Mauricio Sacramento, tirar do papel um projeto que queria fazer há um tempo: uma festa feita por e para negros. De lá para cá, o movimento se tornou tão popular que este ano eles estrearam seu trio elétrico no último carnaval de São Paulo — recebendo uma multidão de pessoas no centro da cidade.

Batekoo no Afropunk em NY
Responsável pela elaboração do planejamento e desenvolvimento estratégico da Batekoo, Adrielle Coutinho conta sobre a relação com Matthew Morgan, que chegou a acompanhar o trio do grupo. “Ele já conhecia a Batekoo, já sabia do movimento no Brasil e ficou impressionado com as mobilizações e a quantidade de público que os eventos atraiam”, conta Adrielle. “A gente trocou muitas ideias aqui em Salvador, e ele disse que iria formalizar o convite quando chegasse no escritório do Afropunk e assim aconteceu. O que posso adiantar também é que vamos fazer outro grande evento fora do país, mas ainda não posso revelar detalhes”, conta Adrielle. Em agosto, a Batekoo, se apresenta durante o evento, no Brooklyn, em Nova York.

Para Wesley Miranda, participar do Afropunk é um sonho. “É um sonho desde que a gente soube da existência, porque sempre foi uma referência. Depois que a gente conheceu o Matthew, ele também disse que éramos referência para eles em vários aspectos. O festival é só um ponto de partida, porque a gente está elaborando outras parcerias que vão acontecem em 2019 e mais para frente também. A gente está muito feliz de representar o Brasil nesse festival que é mundialmente famoso, e antes da gente só teve a Karol Conka em Paris. Então, é realmente uma responsabilidade muito grande, que deixa a gente muito feliz”, comenta.

 

 

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