Prestes a completar 89 anos, Alaíde Costa prova que o tempo não é apenas um marcador cronológico, mas um parceiro que anda ao lado moldando e revelando a vida. Em seu novo álbum, E o Tempo Agora Quer Voar, a cantora, que tem sete décadas de carreira, traz suas experiências para criar um testemunho vivo da evolução artística — e justamente enquanto vive o que considera ser o apogeu de seu reconhecimento.
“A minha carreira é uma verdadeira jornada através da história da música brasileira. Comecei em uma época em que a Bossa Nova estava ganhando forma, e tive a oportunidade de contribuir para esse movimento. Ao longo das décadas, vi a música brasileira se transformar, abraçando novos gêneros e estilos, e tive a alegria de me adaptar e inovar junto com ela”, explica, em entrevista exclusiva à Vogue Brasil.
O projeto, que é o segundo de uma trilogia, apresenta músicas criadas por compositores aclamados como Marisa Monte, Nando Reis e Caetano Veloso, que no caso assina a primeira faixa do álbum. Alaíde revela que gosta de explorar sonoridades contemporâneas, mas sempre “com um pé no tradicional”. “É uma celebração da minha trajetória. É um trabalho que busca unir passado e presente, trazendo uma perspectiva nova sem perder a essência que sempre caracterizou minha música. Espero que seja tão especial para o público quanto é para mim.”
Com oito canções produzidas pelo trio Emicida, Pupillo e Marcus Preto, o álbum exala alma, não só pelas letras poéticas, mas pela maneira com a qual Alaíde Costa entoa as melodias com vocal encorpado, doce e emotivo. “Estou sempre buscando algo que toque a alma e tenha um significado profundo para mim”, conta Costa. Essa “alma” reflete no trabalho — do começo ao fim — resultado da liberdade criativa da cantora, que nem sempre teve o reconhecimento merecido.
“Enfrentei muitos desafios, principalmente a falta de reconhecimento em certos momentos da minha carreira. A superação veio por meio da perseverança, do amor incondicional pela música e do apoio de colegas e fãs. Nunca deixei que os obstáculos me desanimassem; pelo contrário, usei cada dificuldade como uma oportunidade para crescer e me fortalecer”, explica.
Agora, com uma conexão mais profunda com o público, Alaíde se sente com energia renovada para criar. Chamo isso de “o auge da carreira” porque sinto que estou no meu melhor momento, com uma visão clara do que quero expressar por meio da minha música. sinto que atingi um novo patamar de maturidade artística. Meu legado, espero, é visto como uma demonstração de que é possível manter a autenticidade e a paixão pela arte ao longo de uma longa carreira.”
E O Tempo Agora Quer Voar está disponível nas plataformas digitais.