A aliança conservadora para a disputa da Prefeitura de São Paulo está cada vez mais distante. A possibilidade de uma aliança entre o PSDB e PSD tem dado sinais negativos a partir dos últimos movimentos dos tucanos. No debate realizado na noite de segunda-feira entre os pré-candidatos do PSDB, a gestão de Gilberto Kassab foi atacada.
As críticas mais incisivas à gestão, da qual o PSDB também faz parte, partiram principalmente do secretário de meio ambiente do governo paulista Bruno Covas. Porém, os outros pré-candidatos também fizeram críticas.
Covas atacou os que defendem apoio ao candidato de Kassab e são contra a candidatura tucana, “aqueles que estão perto das benesses oficiais, mas longe do pulsar das ruas, estão tentando trabalhar contra, mas não vão conseguir”, disse.
O encontro, o primeiro de quatro que o partido pretende realizar na capital antes de realizar as prometidas prévias do partido, reuniu os secretários estaduais de Energia, José Aníbal, Meio Ambiente, Bruno Covas, e Cultura, Andrea Matarazzo, além do deputado federal Ricardo Tripoli.
Cabeça de chapa
O principal motivo de desavença entre os dois partidos é saber quem encabeça a possível aliança. Antes ventilada como possível, a candidatura do vice-governador Afif Domingos, ex-DEM e agora no PSD, agora é descartada por Alckmin. Em reunião no Palácio dos Bandeirantes, no sábado, com os quatro pré-candidatos tucanos, Alckmin descartou ceder a cabeça de chapa para o PSD na aliança pela Prefeitura. Foi a primeira fez que negou o acordo de maneira categórica.
O governador teria dito no encontro que o acordo para ceder a cabeça de chapa “só interessa a Kassab”. Lembrou que seu partido, o PSDB, tem uma aliança tradicional com o DEM – os tucanos trabalham ainda para fechar coligações com PP, PDT e PSB.
Serra
A desavença que ficou explícita nos últimos dias, mostra acima de tudo a disputa no próprio ninho tucano. Mais do que efeitos municipais, ela interfere no quadro político estadual e nacional. O ex-governador José Serra defende a aliança, inclusive a possibiliadade de ceder a cabeça de chapa ao PSD. Padrinho político de Kassab, interessa a Serra que ele saia fortalecido na disputa, o que também traz bônus para seu futuro político.
Na eleição de 2008 para a prefeitura, Serra, então governador de São Paulo, apoiou veladamente Kassab, naquela época no DEM. Alckmin foi condidato do PSDB contra a vontade de Serra, mas amparado por lideranças nacionais tucanas, como Aécio Neves. Kassab passou para o segundo turno e venceu a candidata petista Marta Suplicy, Alckmin ficou em terceiro.
Fonte: Correio do Brasil