Alta comissária da ONU defende punição de torturadores do regime militar

Fonte: G1 –

Ela destacou que o Brasil é o único sem tomar medidas na América do Sul.
Pillay sugeriu ao presidente Lula a criação de uma comissão de conciliação.

Alta comissária da ONU para Dreitos Humanos, Navi Pillay,

faz balanço de viagem que fez pelo Brasil, em Brasília (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)

 

A alta comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, defendeu nesta sexta-feira (13) a punição de torturadores que cometeram o crime durante a ditadura militar. A posição é semelhante a de integrantes do governo brasileiro, como o ministro da Justiça, Tarso Genro. O caso está nas mãos do Judiciário. A secretária visitou a Bahia e o Rio de Janeiro nesta semana e faz um balanço de sua viagem em Brasília.

Pillay destacou que o Brasil é o único país da América do Sul que não tomou medidas contra abusos cometidos durante o regime militar. “Entendo que este é um tema extremamente sensível, mas há maneiras de fazer isso evitando reabrir feridas do passado e ajudar a curá-las. A tortura, no entanto, é uma exceção. O direito internacional é inequívoco: a tortura é um crime contra a humanidade e não pode ficar impune”.

 

Ela destacou que a falta de punição a torturas é um dos motivos de haver abusos em presídios brasileiros, por exemplo. “O fato de que a tortura ocorrida no período militar ainda não foi discutida no Brasil significa que o desincentivo para parar com a tortura que ocorre agora e que vai ocorrer no futuro não está em vigor”.

A alta comissária disse ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o tema. Ela sugeriu que o Brasil criasse uma comissão de verdade e conciliação da mesma forma como foi feito em seu país, a África do Sul, pelo ex-presidente Nelson Mandela. Pillay afirmou que Lula se mostrou aberto a essa sugestão.

Matéria original

+ sobre o tema

Índios usam mídias sociais para fortalecer voz própria

Mobilização viabiliza reivindicação das causas ligadas aos indígenas  ...

Especialistas avaliam que há racismo na produção audiovisual

Convencionou-se chamar de negros a soma dos grupos populacionais...

Campanha de autodeclaração racial e étnica dos jornalistas

Campanha de autodeclaração racial e étnica dos jornalistas: “Jornalista de verdade...

Parto humanizado: o que explica a sede da imprensa por sangue?

O caso da morte da professora de enfermagem defensora...

para lembrar

Tese premiada aborda etapas da testagem de medicamentos em humanos

Por caráter inovador, pesquisa da UnB venceu concurso da...

Importação de médicos: fatos que a imprensa omitiu

A má informação atrapalhou o debate sobre a importação...

SP está com 8.437 vagas de emprego abertas para quem tem ensino médio

As inscrições começam nesta segunda-feira (27) e vão até...

Unicef: 78% dos países fixam a maioridade penal em 18 anos

Quase 80% dos países fixam a maioridade penal em...
spot_imgspot_img

Ipea sedia encontro sobre empoderamento econômico da população negra

Empoderamento econômico da população afrodescendente e o papel dos Bancos Multilaterais e dos Bancos Nacionais de Desenvolvimento são temas do próximo evento paralelo do...

Ipea sedia encontro sobre empoderamento econômico da população negra em parceria com Geledés, ONU Mulheres, C20 e W20

Empoderamento econômico da população afrodescendente e o papel dos Bancos Multilaterais e dos Bancos Nacionais de Desenvolvimento são tema do próximo evento paralelo do...

Mulheres com endometriose têm 20% mais risco de infarto ou AVC, aponta pesquisa

A endometriose é uma doença que afeta uma em cada dez mulheres. E esse público tem um risco 20% maior de sofrer com problemas cardiovasculares, como infarto...
-+=