América Latina: 23,5 milhões de mulheres indígenas são afetadas por desigualdades étnicas e de gênero

Novo estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) afirma que existem mais de 670 povos indígenas reconhecidos pelos nove Estados analisados e que ao menos 23,5 milhões de mulheres são afetadas pelas desigualdades étnicas e de gênero.

O documento “Mulheres indígenas na América Latina: dinâmicas demográficas e sociais no âmbito dos direitos humanos” foi apresentado durante a XII Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe, realizada até 18 outubro em Santo Domingo, República Dominicana.

O relatório avalia a situação das mulheres indígenas no Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Nicarágua, Panamá, Peru e Uruguai. O estudo indica que as mulheres indígenas têm capacidades e potencialidades para agir como agentes de mudança e geradoras de bem-estar e de desenvolvimento sustentável de seus povos, mas sofrem discriminações de caráter econômico, étnico, de classe e de gênero, que se manifestam em múltiplas vulnerabilidades.

A CEPAL pede que os países da região coloquem em prática políticas que busquem eliminar os fatores que determinam a situação da desigualdade na qual vivem as mulheres desse grupo, baseadas nos padrões dos direitos humanos e nos princípios acordados nas recentes conferências multilaterais sobre os povos indígenas. Para a Comissão, a garantia do exercício dos direitos individuais e coletivos das mulheres indígenas é indispensável para alcançar a igualdade que a região busca.

Embora tenha havido progressos no âmbito da educação – mais de 90% dos meninos e meninas indígenas de 6 a 11 anos vão à escola na maioria dos países da região – os avanços são insuficientes, afirma o relatório. Menos de 15% das jovens indígenas de 20 a 29 anos conseguiram terminar o nível escolar secundário em sete dos nove países analisados – o Brasil faz parte desses sete.

A perda do idioma original como resultado do processo de escolarização também é um aspecto central da problemática. O documento indica que a maternidade na adolescência (de 15 a 19 anos) continua sendo maior entre as jovens indígenas de todos os países analisados, com um patamar que vai de quase 12% no Uruguai a 31% no Panamá. O índice no Brasil é de 27%.

 

Fonte: Onu 

+ sobre o tema

Medicos da “mafia dos órgãos de Poços de Caldas” condenados

Médicos da "máfia de órgãos de Poços de...

Tinga revela noite sem dormir e sofrimento do filho após ato racista

O volante Tinga contou o drama que sofreu...

Brasileira é a 1ª mulher entre maiores executivos da Honda

  A Honda Motor nomeou a primeira mulher e primeira...

para lembrar

Apesar de diminuição, mutilação genital ainda afeta milhões de meninas

Segundo relatório do Unicef, mais de 30 milhões na...

Casa da Borboleta promove 1º Encontro de mulheres que pariram em Casas de Parto

Atividade pretende discutir as políticas públicas ligadas à maternidade...

Menina que se veste como menino bomba nas redes sociais

Como um Sansão às avessas, Tereza Brant, uma menina de...
spot_imgspot_img

Ministério da Gestão lança Observatório sobre servidores federais

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) lança oficialmente. nesta terça-feira (28/3) o Observatório de Pessoal, um portal de pesquisa de...

Nova edição do Edital Igualdade de Gênero seleciona propostas que contribuam para o enfrentamento do sexismo e do racismo nas escolas

A Ação Educativa, em aliança com mais de 50 entidades comprometidas com a luta pelo direito humano à educação de qualidade, lança nesta terça-feira...

Por que é tão difícil e importante abordar sobre as designações de gênero na Educação?

As salas de aula são sempre provocativas. Ser professora ou professor é desafiador e não é necessário aqui abordar todos os motivos, mas entre...
-+=