América Latina é a região mais letal para as mulheres

Brasil, três mulheres são assassinadas por dia, enquanto o índice da América Latina é de 9 feminicídios diários.

País tem legislação avançada, mas estrutura judicial não dá conta da demanda

Por Elena Reina,Mar Centenera, Santiago Torrado e Beatriz Jucá no El País

 

Uma manifestação contra a violência machista na Cidade do México. (Foto: PEP COMPANYS)

 

Na América Latina, nove mulheres são assassinadas por dia, vítimas de violência de gênero. A região, segundo um relatório da ONU Mulheres, é o local mais perigoso do mundo para elas, fora de uma zona de guerra. Quase metade desta terrível cifra de 2.559 assassinatos ocorreu no Brasil, um país com legislação avançada sobre o tema, mas com uma estrutura de apoio que não dá conta da demanda. No ano passado, 1.133 brasileiras foram assassinadas por questões de gênero: uma média de três por dia.

 

Os dados apontados pelo relatório podem ser apenas a ponta do iceberg, já que as dificuldades para homologar as informações entre os diferentes países, inclusive entre as entidades de um mesmo país, complica o diagnóstico. O documento também não inclui não inclui nem o México nem a Colômbia. No caso do México, menos de 10% dos delitos são denunciados e muitos Estados sequer contam os feminicídios, que são contabilizados com os demais homicídios. Na Colômbia, ocorre algo similar. A cifra de vítimas se reduz a níveis europeus, já que só se registra como violência de gênero casos envolvendo casais.

 

Na região, os países que concentram os índices mais altos de violência machista estão na América Central. El Salvador figura com a maior taxa de feminicidios por 100.000 mulheres, 10,2 (345 casos); seguido de Honduras, com um índice de 5,8; Guatemala e Nicarágua. O Brasil está em 14º lugar em relação à taxa de feminicídios entre os 23 países da América Latina e do Caribe analisados pela ONU Mulheres: no ano passado, 1,1 a cada 100 mil mulheres foram assassinadas. A taxa brasileira é a mesma da Argentina e da Costa Rica. Entenda abaixo um pouco da realidade de algum desses países.

 

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