Antônio Bento de Souza e Castro: O Chefe dos Caifazes

Escrita por Luiz Antônio Muniz de Souza e Castro, seu bisneto, e por Debora Fiuza de Figueiredo Orsi, “A Redenção de Antônio Bento” (Reality Books) é a primeira biografia do juiz branco abolicionista que ajudava negros escravizados a fugirem do cativeiro em São Paulo. No texto abaixo, o autor fala um pouco sobre ele:

“Sem dúvida alguma somos, Débora e eu, hoje no Brasil as pessoas mais habilitadas a falar sobre Antônio Bento, meu bisavô, depois de mais de uma década de pesquisas sobre a obra e vida deste herói tão pouco valorizado pela historiografia do Brasil. Podemos garantir que os leitores e estudiosos ficarão encantados com o que encontrão na biografia, pois nem só conhecerão detalhes que até hoje permaneceram sepultados em documentos da época, como também vem de forma definitiva esclarecer equívocos sobre sua vida que por falta de pesquisa foram sendo repetidos ao longo dos anos.

“Esse descuido, perdoável por parte dos historiadores,  nos proporcionou a chance de  apresentar aos leitores uma verdadeira e inquestionável biografia de um, se não o maior, abolicionista humanista da história deste pais, isso não dito somente por nós, mas por as mais altas personalidades brasileiras que conviveram com Antônio Bento nesse período infeliz da nossa história como, Júlia Lopes D’Almeida; Raul Pompeia; Joaquim Nabuco;  Antônio Gomes de Azevedo Sampaio; Rui Barbosa; José do Patrocínio; Coelho Neto e outros tantos, que tiveram seus testemunhos compilados e  apresentados na A Redenção de Antônio Bento.

“A reconstrução de uma sociedade tem preço inestimável, isso porque, nesse processo, concorrem valores humanos significativos, bem mais elevados do que na sua construção, e são poucos os abnegados que se habilitam à empreitada de refazer algo danificado e com alta probabilidade de ser destruído novamente. Na reedificação, contribuem princípios como firmeza de decisão e perseverança no objetivo de concluí-la, bem como bravura no enfrentamento de terríveis e insidiosos inimigos durante as atividades. Assim foi com Antônio Bento.

“A vida e obra de Antônio Bento, seu exemplo e suas ações ficaram gravados nas páginas da história de São Paulo e do Brasil. Ele foi o sustentáculo da luta abolicionista, soube conduzir-se e conduzir, em sua conhecida modéstia, com atitudes e coragem, desprendimento e resignação, feitos épicos e gloriosos.

‘Em 8 de dezembro de 2020, dia da Justiça, faz 122 anos do falecimento de Antônio Bento e nossa historiografia não pode mais esconder um personagem de tamanha importância para o primeiro movimento popular do história do Brasil, por isso buscamos resgatar a memoria de meu bisavô, não só como ilustre brasileiro que dedicou sua vida em auxilio aos doentes e necessitados e à libertação dos escravos, transformando-se em ícone da causa abolicionista desta Nação, mas como também como ser humano, com seus ideais, paixões, desprendimentos, luta, sofrimentos e vitórias. A vida e trajetória do brilhante batalhador contra uma triste realidade que ainda hoje envergonha a História do Brasil.

Por que não Antônio Bento?”

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