Árbitro chora após episódio de racismo no Rio Grande do Sul

As feridas abertas pelo ataque racista a Márcio Chagas da Silva vão demorar a fechar. Depois de encontrar bananas no seu carro após apitar o jogo entre Esportivo e Veranópolis, na Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, ele se emocionou ao relembrar o episódio. Em sua casa, em Porto Alegre, o árbitro lamentou o ato, ocorrido após a vitória dos donos da casa por 3 a 2.

– Quando me deparei com meu veículo com as portas amassadas e bananas por cima… banana no cano de descarga, eu fiquei muito decepcionado por ser tratado dessa forma, já que vivemos numa cidade relativamente educada e evoluída. Eu pensei no meu filho. Pensei: “Eu vou dar um beijo no meu filho” e dizer “cara, para ti isso não vai acontecer porque isso é muito ruim, é muito ruim” – disse, chorando.

bananas

Foto: Márcio Chagas da Silva/Arquivo Pessoal

– Eu me senti muito mal, bem decepcionado, porque a gente sai de casa sempre para fazer o melhor trabalho possível. Lógico que os erros da arbitragem vão acontecer, e não foi motivo para que tivesse acontecido tudo isso dessa forma negativa, porque, se forem buscar as imagens e até as análises da partida, não há lances contestáveis pra que pudesse acontecer uma manifestação tão negativa como foi dessa forma. E até meu questionamento aos meus colegas no término da partida foi… isso porque a equipe do Esportivo venceu a partida, imagine se fosse ao contrário. De repente colocariam fogo no meu carro? Invadiriam o vestiário? – questionou.

O árbitro garantiu que vai fazer boletim de ocorrência e que aguarda um posicionamento da Federação Gaúcha de Futebol:

– Eu preenchi a súmula, eu vou fazer o boletim de ocorrência ainda, porque não consegui fazer ontem (quarta-feira). Fiquei bem abalado emocionalmente e não consegui fazer naquele momento, queria voltar o mais rápido possível para minha residência.

 

 

Torcedor é preso após ofensas racistas no Gauchão

Racismo: quando o sonho de uma carreira internacional no futebol vira pesadelo

Site peruano publica falsa informação sobre racismo contra Tinga no clássico e irrita Cruzeiro

Pedir desculpas não adianta’, diz zagueiro Juan sobre o racismo no futebol

Tinga revela noite sem dormir e sofrimento do filho após ato racista

De troncos a postes: o racismo velado na sociedade brasileira – por : Kiko Nogueira

 Tinga, racismo e a colonialidade do poder – Por: Douglas Belchior

 Alvo de racismo na Libertadores, Tinga critica: “trocaria um título pela igualdade entre raças”

 Os piores casos de racismo no futebol 

 A história do racismo no futebol brasileiro 

 A crise, a direita, o futebol e o racismo

 

 

 

Fonte: E Gooool

 

+ sobre o tema

para lembrar

Livre docente da USP e ex-preso: “Não é papel da educação mudar o criminoso”

O professor Roberto da Silva na sacada de sua...

No Brasil, 18% dos jovens entre 16 e 17 anos já estavam sem estudar em 2019

A educação brasileira ainda deve sofrer fortes impactos negativos...

Estudante que trabalhar pode ganhar bolsa

Os universitários de São Paulo podem estudar de graça,...

Apostila melhora nota de aluno em SP

Por: ANTÔNIO GOIS   Estudo mostra que estudantes de...
spot_imgspot_img

Grupo Articulador intensifica ações em defesa de crianças negras e indígenas

Em mais uma etapa da jornada pela equidade racial na primeira infância, a Ação de Mulheres pela Equidade (AME-DF), Criola (RJ), Geledés – Instituto...

Educação Antirracista: o papel do Estado e do terceiro setor na promoção da equidade

O seminário "Educação Antirracista: o papel do Estado e do terceiro setor para promover a equidade" tem como foco central discutir como a educação...

Grupo Articulador articula apoio no Congresso para políticas antirracistas na Primeira Infância

No segundo dia de visitas em Brasília, as organizações Ação de Mulheres pela Equidade (AME-DF), Criola (RJ) e Geledés - Instituto da Mulher Negra...
-+=