Argentina lança Minha Casa, Minha Vida como arma contra a crise

O governo da Argentina lançou na terça um programa de crédito habitacional nos moldes do Minha Casa, Minha Vida, apresentado no Brasil durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. A meta é construir 400 mil novas residências – em termos proporcionais, mais que o um milhão de moradias da primeira fase do projeto brasileiro.

A aposta do governo de Cristina Fernández de Kirchner é clara: trilhar o mesmo caminho do vizinho quando da primeira perna da crise econômica internacional, em 2008-09. Agora, afetada pelo agravamento do quadro na Europa, a Argentina pode, pela primeira vez em uma década, não ter crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Com o Programa de Créditos Argentina Bicentenário (ProCreAr, na sigla em castelhano), espera-se criar 100 mil postos de trabalho.

– Vamos seguir, como fizemos em 2008, como fizemos em 2009, como fizemos em 2010, alavancando as políticas de crescimento, de inclusão. Não acreditamos no ajuste, mas fundamentalmente entendemos que não é racional, não é razoável que a economia possa crescer restringindo o acesso a todas as pessoas – afirmou a presidenta, em linha muito parecida à que vem sendo utilizada por Dilma Rousseff
– Além disso, não o fazemos em qualquer momento. Estamos fazendo um momento de dificuldades econômicas sem precedentes que vêm desde fora. E o fazemos porque estamos convencidos de que a política para poder superar dificuldades econômicas é criar consumo, desenvolvimento e inclusão.
Dilma, por sinal, foi uma das organizadoras do Minha Casa, tido pelo governo como um dos grandes responsáveis por segurar “o tranco” da crise externa em 2008-09 ao criar um ciclo de crescimento. De um lado, o aumento de crédito estimula os gastos no mercado interno. De outro, este aumento de gastos possibilita a criação de empregos no setor de construção, o que faz com que mais gente tenha dinheiro para investir, novamente colaborando para a abertura de vagas de trabalho.

À diferença do projeto brasileiro, o ProCreAr deve ter a gestão dos terrenos tocada pelo governo federal, que já prevê a destinação de 1.820 hectares de terras fiscais nas 23 províncias, além de desapropriar campos arrendados para o cultivo da soja e outras áreas cuja destinação não sirva às funções sociais de uma propriedade – instrumento previsto no Estatuto das Cidades do Brasil, mas pouco utilizado.

 

 

 

Fonte: Correio do Brasil 

+ sobre o tema

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...

para lembrar

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...
spot_imgspot_img

Feira do Livro Periférico 2025 acontece no Sesc Consolação com programação gratuita e diversa

A literatura das bordas e favelas toma o centro da cidade. De 03 a 07 de setembro de 2025, o Sesc Consolação recebe a Feira do Livro Periférico,...

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros ou que tenham protagonistas negros é a proposta da OJU-Roda Sesc de Cinemas Negros, que chega...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o Brasil teria abolido a escravidão oito anos antes da Lei Áurea, de 13 de maio de...