Ativistas apontam união de movimento social para barrar conservadorismo como principal desafio de 2019 – Agência AIDS

A Agência de Notícias da Aids ouviu ativistas para saber de suas expectativas para o enfrentamento da aids no ano de 2019. A maioria dos entrevistados relatou o medo em relação ao governo conservador que toma posse nessa terça-feira (1). Nesse sentido, eles apontam a necessidade de articulação e união do movimento social para manter as conquistas das pessoas que vivem com HIV/aids e garantiu acesso à prevenção e tratamento para todos. Confira os depoimentos:

no Agência AIDS

Jenice Pizão, Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas: “As propostas de equipe do próximo governo que vejo na mídia não são nada animadoras. Porém, quero crer que do caos pode vir a luz. Talvez seja o momento do movimento social estar mais uma vez unido e atuante na defesa de seus direitos. Juntos somos mais fortes, não é ?”

José Araújo, Espaço de Prevenção e Atenção Humanizada (EPAH): “A expectativa de 2019 é pavorosa. Teremos um governo formado por pessoas despreparadas preconceituoso que não conhece , ou não quer conhecer a história da luta contra aids . Se o futuro governo é ameaça de retrocesso teremos que municiar a luta para impedir que percamos nossas conquistas.”

Heliana Moura, Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas: “Espero que os programas de aids continuem fazendo seu papel na reposta de enfrentamento à doença e sempre com a participação do movimento social. Que os movimentos se unam mais, pois vamos precisar dessa união, porque o futuro é incerto e as perspectivas não são boas com o novo governo. Vivemos momentos de medos e incertezas, mas a esperança ainda persiste e acima de tudo a resistência.”

Moysés Toniolo, Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids: “Minha expectativa é que o próprio movimento também fortaleça ainda mais todas as suas bases comunitárias com vistas à necessidade de mobilização e pressão sobre o no o governo caso seja necessário. Creio que a palavra de ordem do último encontro de pessoas vivendo com HIV, de buscar a resistência e sermos todos resilientes na nossa atuação, trará a tônica dos anos 80 de fazermos valer a frase “Viva a Vida”, que mais do que nunca precisa ser ressignificada. A força para isto nós temos, basta saber quanto tempo levaremos para desfazer as fragilidades que surgiram com o tempo e ainda nos dividem. Pois capacidade nós temos!”

Vanessa Campos, Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids e Movimento das Cidadãs Posithivas: “Vislumbro um 2019 de muitas lutas para mantermos as políticas de prevenção, assistência e tratamento, e afastarmos projetos de lei com o intuito de criminalizar a transmissão do HIV. Resistir e persistir para continuar existindo, este é o lema!”

Carlos Henrique de Oliveira, ativista do coletivo Loka de Efavirenz, da Rede de Jovens São Paulo Positivo : “Teremos ainda a integralidade da distribuição dos antirretrovirais conforme determina a lei?  Como ficarão as verbas para o Departamento das IST, Aids e Hepatites Virais (DIAHV) mediante o congelamento de gastos por vinte anos e o fim dos blocos de investimentos (verbas carimbadas)? Precisaremos lutar enquanto movimento social para não retroceder nesse nível, para evitar um genocídio de pessoas vivendo com HIV/Aids. E além disso precisamos disputar a consciência da sociedade civil sobre a necessidade do fortalecimento do SUS e do DIAHV.

Vando Oliveira, Secretaria Nacional de Articulação Política RNP+ Brasil: : “Além da aprovação do PL 10.159, esperamos que ocorra a sanção presidencial. O que vai tirar as pessoas que vivem com HIV/aids da mira das revisões de perícias do INSS.  Que nada mais é que deixar muitas pessoas com HIV e desaposentadas com aids e fome. Essa aprovação será um  grande ganho.”

Rodrigo Pinheiro, presidente do Fórum de ONGs Aids de São Paulo (Foaesp): “2019 será um ano desafiador, com uma pauta hiper conservadora na política que interfere diretamente no enfrentamento da resposta.”

Credileuda Azevedo, Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas: “A expectativa é de que os governantes mudem seu pensamento em relação a prevenção, ao tratamento das pessoas que vivem com HIV/aids e as populações em situação mais vulnerável. Apoio e respeito junto com a medicação é que nos fará ter vida longa e feliz apesar de viver com HIV. Pois viver com HIV e possível, mas com preconceito e perda de direitos não.”

Salvador Correa, Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia): “Seguramente teremos grandes pontos para superar para os próximos períodos, especialmente no que tange ao financiamento do SUS, a garantia de um programa de resposta ao HIV de qualidade e o constante interesse econômico da Big Farma que constitui uma pedra no acesso aos antirretrovirais no Brasil. A solidariedade, mais do que nunca, precisa ser inspiradora na defesa dos direitos humanos de grupos e populações mais afetadas.”

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