Ato na Jamaica para manter lei que proíbe relação homossexual reúne 25 mil pessoas

Protesto teve participação de diversos líderes religiosos e ocorre quando o governo cogita mudar legislação

por O Globo

RIO – Um dia depois que o orgulho gay foi festejado em diversos países, na Jamaica milhares foram às ruas, no domingo, para defender a chamada “lei de sodomia”, que proíbe relações físicas entre pessoas do mesmo sexo, e combater o que classificam como uma “agenda gay” no país.

O protesto foi organizado pelo grupo “Jamaica CAUSE – Churches Action Uniting Society for Emancipation”, uma coalizão de grupos religiosos, e contou com cerca de 25 mil pessoas, segundo o jornal local “Jamaica Observer”.

jamaicaOs manifestantes e líderes das igrejas chamavam os jamaicanos para permanecerem “fortes e saudáveis em suas famílias” e “para resistirem à agenda homossexual” defendendo a lei de sodomia.— A nossa emancipação significa manter famílias fortes, nossa emancipação significa se colocar contra a agenda homossexual, a emancipação, para nós, significa levantar-se contra a revogação da lei de sodomia — discursou Alvin Bailey, um dos líderes religiosos, em uma fala para a multidão após uma sessão de oração.

O defensor da causa LGBT, Maurice Tomlinson, ficou impressionado com o crescimento e a magnitude que a manifestação teve. O protesto foi promovido através de publicidades no rádio e nos jornais, além de carros de som avisarem em alguns bairros.

— Eles realmente investiram muito dinheiro para isso, que para mim é motivo de grande preocupação — disse Tomlinson que afirmou ficar bastante assutado com a repercussão — Isso significa que eles estão indo atrás de políticos e formadores de opinião para garantir que os direitos das pessoas LGBT não sejam reconhecidos.

O protesto ocorre em um momento em que a comunidade LGBT sofre com ataques na rua mas, ao mesmo tempo, vê sinalizações do primeiro-ministro Portia Simpson-Miller para começar a trabalhar em uma legislação que modifique a lei de sodomia. Durante a manifestação, um abaixo-assinado foi feito para que Simpson-Miller não modifique a lei.

Fonte:O Globo

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