Estudantes que ficaram de fora do Enem protestaram na porta do prédio da Uninove, Campus Memorial, na Zona Oeste de São Paulo (Foto: Daigo Oliva/G1)
Um grupo grande de estudantes ficou de fora de um dos locais de prova de São Paulo e não conseguiu fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que começou a ser aplicado neste sábado (5). Houve um princípio de tumulto e alguns chegaram a chacoalhar o portão fechado, gritando pelo coordenador do local. Cerca de 20 jovens chegaram a sentar, por alguns instantes, na faixa de pedestre, obstruindo a passagem de carros. Alguns soldados da Polícia Militar os retiraram do local.
Os portões do prédio do Campus Memorial da Uninove, na Zona Oeste de São Paulo, foram fechados com 15 minutos de atraso: às 13h10. No entanto, como havia ainda muita gente de fora, foram reabertos e cerca de 60 pessoas passaram.
Às 13h15, foram fechados novamente, mas ainda assim entre 80 e 100 pessoas ficaram de fora.
O estudante Rubem Ismael correu, mas não conseguiu. Ele foi o primeiro a aparecer logo após o portão ser fechado em definitivo. Morador de Taipas, na Zona Norte da cidade, ele conta que demorou pouco mais de uma hora no trajeto de casa até o local. Candidato a uma vaga em ciências contábeis, ele voltará ao local de prova neste domingo para tentar fazer a prova.
Segundo vestibulandos ouvidos pelo G1, que no início desta tarde ainda continuavam no local insistindo para falar com a coordenação do Enem, a maioria conta que foi de dos ônibus e ficou presa no trânsito. Persistente, o candidato Eldro de Souza era um deles. Apesar de ter chegado atrasado, ele queria tentar conversar com a coordenação para saber se poderia liberar a sua entrada.
Claudio Winter, pai de uma estudante, disse que a filha até conseguiu passar pelo portão, mas, quando entrou na sala, o fiscal já tinha distribuído as provas e ela não pode ficar.
Leandro Chemalle, que faria o Enem para tentar uma vaga na Universidade Federal do ABC (UFABC), ficou desolado. Ele chegou a consultar o manual do candidato da UFABC para se certificar de que não valeria a pena fazer o Enem no domingo. No entanto, a universidade exige que o estudante não zere em nenhuma das partes da prova.
O estudante Ruisgael de Castro Maia, 18, ficou nervoso por não conseguir entrar. Apesar de ter chegado com antecedência, ele se esqueceu de trazer os documentos. A mãe foi até em casa buscar, mas não chegou a tempo por causa do trânsito.
Provas
No primeiro dia, os candidatos terão quatro horas e meia para fazer as provas de ciências da natureza (biologia, química e física), com 45 testes, e de ciências humanas (geografia e história), também com 45 testes.
O tempo mínimo obrigatório de permanência na sala é de duas horas. Os estudantes só poderão sair com o caderno após quatro horas do horário inicial da prova.
No domingo, será a vez das provas de matemática (45 testes) e linguagens (português), que inclui 45 questões e uma redação do tipo dissertativo.
Vazamento
As provas do Enem, inicialmente marcadas para os dias 3 e 4 de outubro, tiveram de ser remarcadas após ocorrer o vazamento dos cadernos de questões na gráfica, em São Paulo. Cinco pessoas foram indiciadas pelo ocorrido. Depois do episódio, diversas instituições desistiram de usar o resultado do Enem no seu processo seletivo, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).