Balé de Rua, de Uberlândia, conquista Austrália

Sydney (Austrália), 8 jan (EFE).- Os dançarinos acrobatas da companhia mineira Balé de Rua surpreenderam hoje o público do Opera House de Sydney, com seu espetáculo direto das favelas de Uberlândia (MG).

Os bailarinos mostraram a história do Brasil, de suas raízes africanas até a atualidade, com piruetas, músicas tradicionais e hip-hop, break e capoeira, e os coloridos vestuários do samba.

“Nenhum de nós imaginou poder dançar no exterior, e menos na Austrália, isso está no outro lado do mundo para nós”, disse à Agência Efe Fernando Narduchi, um dos criadores da companhia.

Para Wendy Martin, diretora de Teatro e Dança do Opera House, o espetáculo do Balé de Rua “é perfeito para esse fórum, porque é sobre a força, a vida, a energia, definitivamente, o espírito da vida”, disse.

A estreia internacional do Balé de Rua aconteceu na Bienal da Dança de Lion, em 2002, e, desde então, os dançarinos brasileiros atuaram em palcos de Paris, Edimburgo e Londres.

“Era preciso trazê-lo, não só pela beleza, pela perfeição, mas também pelo profundo sentido”, disse Martin.

Na opinião da diretora artística do Opera House, a obra “fala de escravidão, de colônias, missionários, e, no final, o que nos diz é que a arte pode transformar a vida das pessoas, como as deles, estes meninos estavam vivendo em favelas até agora”.

“Somos como uma família, nunca fomos a uma escola, nos juntamos, éramos simplesmente um grupo de amigos de Uberlândia”, disse Narduchi.

Narduchi se juntou com o coreógrafo Marco Antonio García e José Marciel Silva, para começar a dançar em 1992, ano no qual nasceu a companhia.

Sandra Mara, a única dançarina do grupo formado por 16 artistas, explicou que, no final da obra, se misturam muitos elementos da cultura, “como acontece na realidade brasileira”.

Estão reunidos nas apresentações do grupo o congado, a umbanda e o maracatu.

O resultado, segundo Pierre Morand, produtor executivo da companhia, é “o sincretismo”, um elemento muito relevante na cultura brasileira, disse.

Em Sydney, onde atuam dentro do Festival das Artes da cidade, têm previstas 11 apresentações até 17 de janeiro, para depois continuar sua viagem australiana na cidade de Melbourne, até 30 de janeiro. EFE

 

 

Fonte: G1

+ sobre o tema

Quilombolas pedem orçamento e celeridade em regularização de terras

O lançamento do Plano de Ação da Agenda Nacional...

É a segurança, estúpido!

Os altos índices de criminalidade constituem o principal problema...

Presidente da COP30 lamenta exclusão de quilombolas de carta da conferência

O embaixador André Corrêa do Lago lamentou nesta segunda-feira (31)...

Prefeitura do Rio revoga resolução que reconhecia práticas de matriz africana no SUS; ‘retrocesso’, dizem entidades

O prefeito Eduardo Paes (PSD) revogou, na última terça-feira (25), uma...

para lembrar

Carla Liane: Intolerância religiosa e os paradoxos do Direito

A problematização de práticas discriminatórias e o apelo à...

Quadro clínico do deputado José Candido é estável

O deputado José Candido continua internado na Unidade de...

Mulher e poesia na obra de Niemeyer

Niemeyer é um homem que ama demais, a um...

Luisito, el vampi, ataca outra vez, por Cidinha da Silva

por Cidinha da Silva Existem formas e formas de dar...

Decisão de julgar golpistas é histórica

Num país que leva impunidade como selo, anistia como marca, jeitinho no DNA, não é trivial que uma Turma de cinco ministros do Supremo...

A ADPF das Favelas combate o crime

O STF retomou o julgamento da ADPF das Favelas, em que se discute a constitucionalidade da política de segurança pública do RJ. Desde 2019, a...

STF torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe e abre caminho para julgar ex-presidente até o fim do ano

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira (26), por unanimidade, receber a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) e tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)...
-+=