Barry Jenkins: “A história dos EUA foi contada de um único ponto de vista durante muito tempo”

Nos Estados Unidos escravistas, a ferrovia subterrânea era a rede de caminhos e vizinhos anônimos que ajudava os escravos a fugir de seus senhores para a liberdade. No romance que Colson Whitehead publicou sobre o assunto em 2017 e com o qual ganhou os prêmios Pulitzer e National Book, a ferrovia é literalmente um trem que circula sob a terra transportando afro-americanos para Estados abolicionistas; um toque de magia e esperança em uma história de resto deprimentemente realista. E em The Underground Railroad (Os Caminhos para a Liberdade), série baseada nesse livro recém-lançada pela Amazon Prime Video, a ferrovia é o fio condutor de 10 superlativos capítulos com os quais o cineasta ganhador do Oscar Barry Jenkins (Miami, EUA, 41 anos), diretor de Moonlight: Sob a luz do luar e um dos autores mais aclamados do audiovisual atual, estreia na televisão.

Neles se conta a história quase mítica de Cora, uma escrava da Geórgia que foge de um Estado para outro em direção ao norte naquela que é a primeira vez que o trauma da escravidão não é tratado com dor, mas com orgulho. Para o projeto, uma das séries mais ambiciosas dos últimos anos, Jenkins traz sua solene sensibilidade poética, sua inegociável ira ao falar da experiência negra nos Estados Unidos, no século XIX ou na era do Black Lives Matter, e seu fino estilo visual. Na terça-feira, sentado no que parecia ser um estúdio, em sua casa, o aclamado cineasta destrinchou via Zoom o que considera seu trabalho mais importante.

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