Basquetebol: As rainhas de África

Por Jorge Pessoa e Silva

 

 

«Estas jogadoras são verdadeiras samurais», comenta Nasir Salé, treinador da equipas de basquetebol da Liga Muçulmana, que teve o ponto mais alto no final de 2012, na Costa do Marfim, com a vitória da Taça dos Campeões Africanos, derrotando na final a então campeã em título, a equipa do Interclube, de Angola.

Uma a uma, as jogadoras colocam-se perfiladas, com orgulho, em frente das cinco taças ganhas nos dois anos de projeto da Liga Muçulmana: duas taças do campeonato de Maputo; duas de campeão nacional; uma de Campeão de Africa de clubes. Ou seja, uma equipa que ganhou tudo o que disputou é porque tem jogadoras que podem orgulhar-se de serem as rainhas de basquetebol. Sorriem, brincam, mostram cumplicidade e vivem a tranquilidade dos campeões, já a pensar nos próximos objetivos.

Projeto de oito anos
Este é um projeto que, na Liga Muçulmana, tem dois anos. Mas, em rigor, resulta de um caminho de oito, que começou no Desportivo de Maputo, clube ao serviço do qual grande parte destas jogadoras, e treinador, conquistaram duas Taças dos Campeões Africanos.

«Pode haver quem tente retirar-nos o mérito, porque a nível interno temos a hegemonia. Mas esquecem-se que quando este percurso começou há oito anos, as jogadoras que mantemos não eram conhecidas e foi preciso um trabalho árduo para chegar aqui», comenta Nasir Salé.

Estudantes e trabalhadoras
Para além de jogadoras de basquetebol de grande qualidade, estas jogadoras têm também uma sólida formação académica. A maioria está na universidade, outras têm bons empregos, fruto dessa formação. Como também defende o treinador, atleta melhor formado culturalmente será melhor atleta.

Treino e trabalho são duas das palavras que mais se ouvem para justificar o sucesso. Por semana, são 24 horas de preparação. O que vale por dizer que muitas vezes as jogadoras treinam-se duas vezes por dia. Mas porque estudam e trabalham, só o podem fazer manhã muito cedo e/ou ao final da tarde. Sempre com um sorriso no rosto, abdicando de tempo com a família e do descanso, em nome de uma paixão e de uma insaciável vontade de colecionarem títulos.

E agora?
Como se motiva uma equipa que já ganhou tudo o que poderia ter ganho? Continuando a traçar sempre novos objetivos e trabalhando na necessidade de auto-superação, mantendo-se o gosto pelas vitórias que se renovam, como se fosse a primeira vez.

O contrato destas jogadoras acaba a 30 de abril. Aguarda-se que a direção se pronuncie sobre os objetivos e investimentos, mas a Liga Muçulmana está tão feliz que dificilmente vai deixar de acarinhar estas meninas. Porque elas merecem. Porque são as rainhas de África.

 

 

Fonte: Abola 

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