“A maioria de nós aqui é racista e nem sabe”, a afirmação do designer Taygoara Aguiar deixou o pessoal um pouco perplexo, sabe quando a gente é criança e ouve alguém falar um palavrão? Foi mais ou menos assim, mas, logo ele listou uma série de argumentos que levou várias cabeças a balançarem naquele gesto de quem concorda.
As novelas, materiais didáticos e produtos reportam a toda hora uma realidade sem a presença do negro, esse foi um dos muitos exemplos que retrata o que Taygoara chamou de “branquidade normativa”, que é a ideia de que o normal é ser branco.
Mas chocante ainda é perceber afirmações racistas feitas por Monteiro Lobato, presente na educação das crianças, e não para por aí, já reparou que a expressão “cor de pele” serve para representar um único tom de pele que caracteriza o band-aid, a meia-calça e aquele giz de cera?
Mesmo apesar de tantos argumentos o designer ainda levantou a questão de que muitos afirmam que não existe racismo no Brasil, mas essa “afirmativa falsa” é fruto da denominação de Gilberto Freire que “cunhou o termo democracia racial para passar a imagem de um Brasil de colonização consensual e sem violência”.
Depois desse “papo” talvez os comerciais de chapinha pareçam mais chocantes para os aqui presentes do que aquela primeira afirmação inicial, a ideia é essa!
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Taygoara Aguiar é Designer, Professor de audiovisual e computação gráfica da Escola de Belas Artes da UFBA, busca em sua trajetória profissional a produção responsável de conteúdo audiovisual, interessando-se pela divulgação da cultura local e pelo respeito à diversidade. Dedica-se ao estudo das representações imagéticas afro-brasileiras na mídia e no ambiente escolar, atuando na construção de mecanismos de descontrução de estereótipos discriminatórios nestes meios.