A situação dos imigrantes que chegaram ao Brasil pela fronteira amazônica com a Bolívia melhorou com a legalização de cerca de 900 pessoas, mas requer uma maior cooperação dos países vizinhos para conter o fluxo, informaram nesta quarta-feira fontes oficiais.
Tião Viana, governador do Acre, se reuniu com o chanceler Antonio Patriota para analisar as medidas adotadas nos últimos dias frente a uma chegada em massa de imigrantes, a grande maioria procedentes do Haiti.
— Há uma sensação geral de maior tranquilidade.
Segundo dados oficiais, dos cerca de 1.600 imigrantes que chegaram nas últimas semanas a Epitaciolândia e Brasiléia, nos limites com a Bolívia, cerca de 900 legalizaram sua situação e já contam com vistos para permanecer no país.
Também receberam atendimento médico, foram vacinados contra doenças tropicais e serão auxiliados na busca por um emprego. Apesar do governador Viana ter considerado que há uma maior tranquilidade, também disse aos jornalistas que comentou com Patriota sua preocupação com uma possível repetição do fenômeno, que o Governo Brasileiro atribui às redes de tráfico de pessoas.
Viana apoiou a intenção do Brasil de buscar apoio da Bolívia, Peru e Equador para combater essas redes e solicitou ao Governo federal um maior respaldo ao estado do Acre, que é “uma região vulnerável” pelas dificuldades que impõem as fronteiras amazônicas.
A imigração desde o Haiti por essas fronteiras começou depois do terremoto que devastou o país em 2010 e não parou desde então, embora com diversa intensidade. Para tentar colocar um freio, o Governo limitou as concessões de vistos para 1.200 por ano, mas sempre que fossem tramitados no Haiti e não em território do Brasil. No entanto, após ter outorgado vistos a 1.593 haitianos em 2011, esse número saltou até 1.900 em 2012 e já foi superado em somente três meses de 2013.
Além de haitianos, nas últimas semanas chegaram pessoas desde outros países e, segundo um balanço feito pelas autoridades do Acre na semana passada, havia 60 imigrantes senegaleses, oito dominicanos, cinco nigerianos e um bengali.
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Fonte: R7