Testes médicos exigidos de 12 mil candidatos custam mais de R$ 2 mil na rede particular e SUS não pode realizá-los em tempo hábil
Os 12 mil professores que foram aprovados na primeira fase do último concurso da Secretaria de Estado da Educação foram avisados que, para a perícia médica antes da efetivação, terão de levar o resultado de 13 exames. Os testes, que incluem diagnóstico de câncer e audiometria vocal, precisam ser feitos por conta dos candidatos e não há informação sobre quais resultados impediriam a contratação.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, em laboratórios particulares, o custo para realizar os exames seria de mais de R$ 2 mil e, nas unidades de saúde, os testes não poderiam ser feitos antes do início do próximo ano letivo, quando os 10 mil aprovados devem assumir os cargos. O sindicato da categoria (Apeoesp) vai tentar derrubar a exigência judicialmente. Para os representantes dos professores é inconstitucional exigir que haja gasto em um processo seletivo.
“Não vou pagar exame, prefiro abrir mão da vaga”, comentou o professor de Geografia, Paulo Neves, que foi aprovado na primeira fase e agora faz o curso preparatório que antecede a segunda. “A gente nem sabe se vai ser aprovado”, diz.
Paulo já é professor efetivo da rede com jornada de 12 horas semanais e poderia acumular outro cargo até o máximo de 40 horas. “Fiz esse concurso porque o meu salário no Estado é de R$ 580, não dá para comprar livro e se atualizar. Já durante o curso preparatório estão pagando uma bolsa de R$ 1.380, um dinheiro que eu não pretendo gastar com exames médicos”, afirmou.
O governador Alberto Goldman disse que considera o pedido de exames inadequado, mas que não pode mudar as regras agora, no meio do processo.
Fonte: Ig