Casa Branca confirma encontro entre Obama e o dalai-lama

O presidente Barack Obama vai se encontrar com o dalai-lama, anunciou nesta terça-feira um porta-voz da Casa Branca, no mesmo dia em que a China advertiu que um eventual encontro com o líder espiritual dos budistas tibetanos “prejudicaria seriamente” as relações bilaterais, já tensionadas nos últimos dias devido a uma venda de armas americanas a Taiwan.

“O presidente disse aos dirigentes chineses na viagem que fez a Pequim no ano passado que se encontraria com o dalai-lama, e é o que pretende fazer”, disse o porta-voz, Bill Burton, durante uma visita de Obama a Nashua, no Estado de New Hampshire.

“O dalai-lama é uma figura religiosa e cultural respeitada no mundo inteiro, por isso o presidente vai se reunir com ele”, disse Burton, algumas horas depois de a China ter advertido os Estados Unidos sobre as consequências desse encontro.

“Para ser claro, os Estados Unidos consideram que o Tibete faz parte da China. Estamos preocupados, no âmbito dos Direitos Humanos, com a forma como os tibetanos são tratados. Exortamos o governo chinês a proteger as tradições culturais e religiosas únicas do Tibete”, acrescentou Burton.

O dalai-lama, líder espiritual tibetano no exílio, é aguardado nos Estados Unidos em fevereiro. Ele deve realizar uma leitura pública em Los Angeles no dia 21 de fevereiro.

“Como o presidente disse, esperamos que nossas relações com a China estejam suficientemente fortes para que possamos trabalhar sobre questões de interesse mútuo, como o clima, a economia mundial e a não proliferação [nuclear], e discutir francamente e sem pensamentos atrasados problemas sobre os quais não estamos de acordo”, ressaltou o porta-voz, afirmando que “o presidente está comprometido em construir uma relação positiva, completa e cooperativa com a China”.

Uma reunião entre Obama e o Dalai Lama pode comprometer ainda mais as relações entre Pequim e Washington, que já atravessam um momento delicado.

Pequim reagiu à proposta do governo americano na semana passada de vender US$ 6,4 bilhões em armas a Taiwan, a ilha que a China trata como uma Província separatista.

Taiwan e China separaram-se meio a uma guerra civil em 1949, e a China comunista vê Taiwan como parte do seu território e já ameaçou realizar um ataque se a ilha declarar formalmente sua independência.

A China promete habitualmente colocar Taiwan sob seu controle e tem mais de 1.000 mísseis balísticos direcionados para a ilha, mas o governo americano é obrigado por suas leis a garantir que a ilha seja capaz de responder às ameaças chinesas.

Os EUA deixaram de reconhecer diplomaticamente Taiwan em 1979, mas continuam sendo o maior aliado da ilha.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Ma Zhaoxu, repetiu nesta terça-feira ameaças de Pequim de impor sanções a empresas americanas que vendam armas a Taiwan.

Os laços entre os EUA e a China, dois países intrinsecamente ligados por relações econômicas e financeiras, também foram afetados por discussões sobre comércio, taxas de câmbio, controle da internet, e a prisão de dissidentes de Pequim.

Um alto senador democrata americano disse nesta terça-feira que havia pedido informações a 30 empresas americanas, incluindo a Apple, Facebook e Skype, sobre suas práticas de direitos humanos na China, após a decisão do Google de não cooperar com os esforços chineses para censurar a internet.

“O Google estabelece um exemplo forte ao resistir à continuada incapacidade do governo chinês de respeitar os direitos humanos fundamentais de liberdade de expressão e privacidade”, disse em um comunicado o senador Dick Durbin, assistente da liderança da maioria no Senado.

O Google, principal site de buscas do mundo, disse no mês passado que não iria cumprir a censura determinada por Pequim nas buscas em chinês e que poderia abandonar completamente o mercado da China devido a ataques cibernéticos que enfrentou no país.

Fonte: Folha Online

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