Catadores: vida melhorou, mas preconceito continua

Eles querem um plano nacional de combate à violência

Catadores de materiais recicláveis e moradores de rua no país dizem que a vida melhorou, mas ainda continua o preconceito.

“Para nós, são muito claras as conquistas que tivemos. Mas só neste último ano 142 dos nossos morreram nas ruas, assassinados, além dos jatos de água e espancamentos da Polícia Militar. Quantos de nós continuarão morrendo, sendo desprezados pela sociedade?”, questionou a representante do Movimento Nacional da População de Rua, Maria Lucia Santos Pereira.

Ela e outros moradores de rua participaram na manhã de quinta-feira (22) de um café com a presidente Dilma Rousseff, em São Paulo, para pedir a criação de um plano nacional de combate à violência contra essas pessoas.

Maria elogiou a atenção que a categoria tem recebido do governo federal nos últimos anos, mas criticou as autoridades locais.

“Temos conquistas federais, mas quando chega ao nível de município, nada acontece. De que forma podemos sensibilizar os prefeitos, dizer a eles que somos seres humanos”, disse.

Morador de rua há 22 anos, Silvano Santos de Oliveira, de 33 anos, conta que sua vida ficou melhor nos últimos anos, mas que apesar de sua renda ter aumentado, ele ainda não consegue se sustentar satisfatoriamente e ter um lugar para morar.

“Faço reciclagem por conta própria, e assim, melhorou bastante minha vida. Recebo auxílio moradia do governo de R$ 100. Apesar de não dar para pagar um aluguel com isso, eu consigo me manter”, declarou.

Silvano, que mora na Praça das Mãos, em Salvador, diz que consegue ganhar R$ 50 por semana, mas que ainda é muito pouco para sobreviver. “Está difícil, ainda mais eu que tenho uma filha de oito anos”, se queixa. Apesar das dificuldades, ele se cadastrou no projeto Minha Casa, Minha Vida, e espera conseguir a casa própria. “O que eu mais quero é sair da rua”.

Ex-morador de um lixão em São Paulo e hoje reciclador de materiais, João Paulo de Jesus diz que a reciclagem passou a ser o meio de sobrevivência dele, e que conseguiu até estudar com os recursos obtidos com o trabalho.

“Desde que o governo passou a desenvolver projetos voltados para a categoria, os trabalhadores passaram a ter mais dignidade”, disse. “Podemos participar de projetos de capacitação, de formação de cooperativas, e isso tem ajudado muito”.

Hoje, segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), entre 300 mil e 1 milhão de pessoas vivem no país diretamente do recolhimento de utensílios destinados à reciclagem

 

Fonte: Mídia News

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