Celular na sala de aula – Por: Fernanda Pompeu

Sou otimista e entusiasta quanto ao uso do celular em sala de aula. Mas antes que atirem tocos de giz e cadernos em minha direção, vou explicar o porquê da minha simpatia pelos dispositivos móveis na escola.

Se houvesse um Noé no mundo das coisas, certamente ele poria na arca para sobreviver ao dilúvio centenas de equipamentos. Entre eles, o fogão, a máquina de lavar roupa, a geladeira, o carro, a televisão, a lâmpada.

Mas se Noé só pudesse embarcar uma única traquitana tecnológica, aposto que ele salvaria o celular. Pois, além de ser um telefone, ele possibilita que a gente fotografe, grave pequenos vídeos, escreva microblogs, navegue na internet e nas redes sociais.

Essa pequena grande maravilha, no Brasil, já ultrapassou o número de habitantes. E são os adolescentes e os jovens que o usam com destreza e criatividade. Alguns, se pudessem, morariam dentro do seu aparato.

A massificação do celular é um fato. E não há razão dele ser usado em quase todos os lugares, mas ser proibido na sala de aula. Educação e hábitos da vida cotidiana devem estar intimamente ligados, até para fortalecer a primeira.

Daí, pergunto: por que os educadores não aproveitam os celulares de seus alunos como oportunidades de aprendizagem? Entre outras vantagens, não seria mais preciso esperar pelos programas – gigantes e lerdos – dos governos no tocante aos tablets e computadores em sala de aula.

Dá para começar ontem mesmo. Por exemplo, os alunos podem produzir pequenos vídeos referentes à matéria em questão. Podem pesquisar, no momento mesmo da aula, dados objetivos acerca de uma cidade ou país. Podem consultar a biografia de uma escritora ou cientista.

Ao usar o celular para encontrar respostas rápidas, os educadores estariam mais livres para cumprir seu papel fundamental de orientadores na navegação do conhecimento. E de aumentar, gradativamente, os padrões de exigência do saber.

Fora isso – e tão importante quanto isso – os educadores poderiam influenciar os adolescentes e jovens a qualificarem suas redes sociais. Como? Atiçando a curiosidade de garotas e garotos para os grandes temas e para a maior densidade dos pensamentos.

 

 

Fonte: Yahoo

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