Chamada de ‘macaca’, Presidente do Cress é vítima de racismo em acidente de trânsito

por Geisa  Chaves

Fotos: Evelin Santos

A agressão verbal aconteceu após colisão de veículos neste sábado (11). A vítima diz que foi chamada de “macaca”.

A presidente do Conselho Regional do Serviço Social do Piauí, Maria José do Nascimento, denunciou hoje que sofreu crime de discriminação racial durante acidente de trânsito no bairro Cristo Rei, zona Sul de Teresina. Ela afirma que a agressora, uma pensionista, lhe chamou de “nega macaca”. A denúncia será registrada na Delegacia de Combate às Práticas Discriminatórias, no Centro da cidade.

“Eu ia na preferência quando ela [Maria de Jesus] invadiu a preferencial. Eu dei sinal, buzinei, mas ela entrou do mesmo jeito. Quando ela batei no meu carro eu perguntei se ela era louca. Ela desceu do carro e disse: ‘você é que é louca sua negra macaca'”, conta Maria José.

A vítima, que também é presidente do Conselho Regional do Serviço Social, conduzia um veículo modelo Siena, cor cinza, placa ODV – 2219 de Teresina. Ela destaca que além das agressões verbais, sofreu agressões físicas da pensionista.

“Eu tava fazendo uma entrega quando vi aquela confusão, cheguei perto e separei as duas. Elas estavam se estapeando”, revela o entregar de mercadorias, testemunha ocular das agressões, José Filho.

A colisão entre os veículos ocorreu em frente ao Mercado da Piçarra, zona Sul de Teresina. A acusada Maria de Jesus de Carvalho conduzia um veículo modelo Eco Sport, cor cinza, placa MWM – 1759, de Teresina, também é acusada de ter evadido do local antes da perícia chegar.

“A documentação do carro da Maria de Jesus está vencida desde 2010. Ela tava no local e ligou para um chefe dela. Ele teria mandado alguém tirar ela daqui e deixou um representante”, informa o soldado Andrade da Ciptran.

O procedimento adotado é aguardar que apareça a documentação da acusada. Se comprovado que ela ilegal o carro será recolhido pelo Detran. “Outro agravante: ela se evadiu e não se sabe se ela era habilitada, ou não”, lembra o soldado da Ciptran.

“Sou ativista. Fiz essa denúncia porque as pessoas têm que correr atrás dos seus direitos. Esse tipo de discriminação é muito comum. As pessoas é que não podem deixar isso pra lá”, disse , Maria José do Nascimento.

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Fonte: Cidade Verde

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