Chegou à primavera, com azedume do Mensalão

por Sérgio Martins

Tenho a impressão que depois dos jogadores e cantores negros, nunca um homem negro foi tão comentado, homenageado em posters que circulam o facebook do que o Ministro Joaquim Barbosa. Pasmem, o primeiro ministro do STF negro é sorteado para julgar os antigos e conhecidos métodos da república brasileira fazer política. E os réus são homens brancos, de esquerda, centro e direita experts da máquina política.

Tudo isto em plena campanha eleitoral em diversos municípios pelo país afora.

A cada dia aumenta a nossa percepção de que o político profissional é desnecessário, mas a realidade não é tão simples. Recebi um e-mail onde um parlamentar de utra-direita afirmava que não participou da votação das reformas de previdência e tributária, parecia um lamento.

A política é amante do capitalismo, enquanto a democracia formal é sua esposa oficial. Uma relação inseparável.

Outro dia em meus devaneios, que não são poucos, imaginei a possibilidade de retornamos ao passado e criar um sistema de conselhos compostos por conselheiros políticos voluntários e temporários, que não necessitassem deixar suas atividades para deliberar sobre os assuntos legislativos. Tais pessoas teriam apenas uma contribuição do estado no período em que participarem dos conselhos. Com certeza o avanço tecnológico contribui para pensarmos desta forma. Vamos fazer uma revolução!

O exercício da política não pode ser visto como profissão ou meio de enriquecimento como vem sendo tratado nos processos eleitorais. Nossas campanhas para vereadores são verdadeiros momentos de insanidade “política”. Há um esvaziamento crescente do espaço de legislativo municipal, dando lugar há um clientelismo e aparelhamento pelos interesses dos executivos municipais.

Necessitamos de uma revolução na forma de representação popular, que limite a intervenção econômica neste espaço. O julgamento do mensalão deixa ás claro à dimensão financeira direta, que os interesses da República se tornaram no jogo da governabilidade. Ora, nos elegemos todos os envolvidos.

Bom, por aqui os ipês estão lindos, dando aquele show esperado com suas belezas singulares, não percamos a esperança, tudo pode ser novamente construído!

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...