Como não zerar na redação do Enem

(Foto: Lucíola Pompeu)

Levei um susto com a notícia de que, no último Enem, 529 mil participantes levaram nota zero na redação. Isto é: 8,54% do total dos candidatos. Um dos critérios para o zero foi a fuga do tema.

Por Fernanda Pompeu Do Yahoo

Lucíola Pompeu

Em português claro: escrever acerca da tomada quando era para escrever sobre o focinho e vice-versa. Por que alguém não compreenderia o tema da redação? Porque lê pouco ou nada na vida real. A leitura – como aliás 90% de tudo que fazemos – exige prática. Para saber ler é preciso ler.

Não apenas juntar uma letra com outra e desvendar a palavra. É imprescindível conectar os sentidos das frases para formar um entendimento do conteúdo. Se fazemos o exercício de ler muitas e muitas vezes por toda a vida, não haverá tema que nos confunda, ou nos derrube.

A notícia também diz que mais de 50% das redações nota zero, foram entregues em branco. Ou seja, o candidato nem tentou. Simplesmente desistiu. Espécie de passageiro que chega na porta do avião e dá meia volta. Adeus, viagem! Adeus, Enem! Algumas vezes coordenando oficinas de redação, me deparei com alunos que travavam a caneta e a vontade no momento de escrever.

Constrangedor. Depois de refletir sobre isso, concluí que deixar o papel em branco é sinal de pânico. Medo máximo. Talvez em razão de um trauma vivido na escola, um bullying verbal. Mas também, novamente, por falta de prática!

se escreve escrevendo. Redigir é uma habilidade que, como outra qualquer, exige treino e muito espaço para errar e acertar. Mesmo os redatores profissionais sabem que as melhorias no próprio texto custam persistência e horas de voo. A prova de redação do Enem não solicita genialidade,originalidade, perfeição. A exigência é apenas que o candidato demonstre sua capacidade de conectar ideias em parágrafos coerentes e coesos. Quem praticar e praticar conseguirá fazê-lo.

Hoje, de forma exponencial, há acessos, oportunidades e utensílios para praticar o casal leitura-escrita. Nunca – desde tabuletas de argila, papiros, pergaminhos, códices, impressos – foi tão fácil ler e escrever. Redes sociais e comentários em portais, sites, blogs são uma excelente cozinha para expandirmos habilidades de compreensão de textos e expressão verbal. Basta começar! E, é certo, não ser afoito ao registar sua opinião, indignação, concordância. O escrito fica escrito. Poucos vão tirar nota dez, mas ninguém irá amargar um zero.

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