Comunidade ‘Morte a Jean Wyllys’ não contraria políticas do grupo e por isso não será tirada do ar

Uma comunidade na rede social do Orkut prega a morte do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). Com palavras de baixo calão e ameaças virtuais ao deputado, a comunidade incita ainda o ódio a gays e lésbicas. Com o título ‘Morte a Jean Wyllys’, a comunidade existe desde 8 de setembro e até esta sexta-feira, 16, contava com 20 usuários cadastrados.

Procurado pelo Estadão.com.br, o deputado disse que as ameaças não são novas, mas a comunidade sim. “Ajuizei uma ação contra a pessoa que é dona da comunidade. Essa pessoa tem um site que prega pedofilia com meninas. Ajuizei no Ministério Público e enviamos uma carta do Google pedindo que o site fosse tirado do ar.”

O deputado conta que recebeu como resposta uma carta dizendo que “a página não contrariava as políticas do grupo e por isso eles não poderiam tirar a página do ar”. Por conta disso, Wyllys diz que entrará também com uma ação contra o Google e o Orkut. “As pessoas que aderem a essa comunidade também podem ser acionadas por formação de quadrilha”, enfatiza o deputado.

Para Wyllys, o motivo do ódio é por conta da bandeira que ele defende. “É uma reação porque eu defendo os diretos de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) e a liberdade de crença, no sentido do direito de proteger a fé”, argumenta.

Ação articulada. Para o deputado, que tem formação cristã e é ligado ao movimento pastoral, existe uma corrente fundamentalista cristã por trás desses ataques. “Não quero responsabilizar os cristãos em geral, mas se você olhar as biografias (dos donos da comunidades) tem sempre um cunho religioso fundamentalista”, pontua.

Uma ação efetiva da Polícia Federal combinada com a conscientização do uso da internet minimizaria o problema. “A PF tem de tornar mais eficazes os instrumentos de investigação para identificar essas pessoas. Isso teria um efeito muito pedagógico”, pontua.

Apesar de ter sido alvo de ataques dessa natureza desde que assumiu o mandato, o deputado destaca que a internet é um terreno livre para o exercício da democracia e da dissidência saudável. “Não sou favorável a nenhum tipo de lei que restrinja a liberdade de expressão na internet. Sou absolutamente a favor de que a internet não seja terra de ninguém. As pessoas identificadas praticando crime de injúria, calúnia, difamação, ameaças de morte, incitação ao ódio, uma vez identificadas pela PF, elas têm que ser punidas assim como os pedófilos são punidos”, prega.

Google. Procurado pelo Estadão.com.br, o Google disse que não se pronuncia sobre casos específicos. “O Google não comenta casos específicos. No entanto, cabe esclarecer que o Google não é o responsável pelo conteúdo publicado na Internet, mas oferece uma plataforma tecnológica sobre a qual milhões de pessoas criam e compartilham seus próprios conteúdos e acredita que essa liberdade de expressão é um dos fatores que tornam a Internet tão rica e útil para a sociedade. Os casos de uso indevido dessa liberdade são punidos com a remoção dos conteúdos ilegais identificados, mas o Google não exerce controle prévio sobre os conteúdos criados pelos usuários nem fará o papel de polícia ou de juiz em relação aos conteúdos criados.

Fonte: BrasilWiki

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