Conferência incentiva pesquisa sobre cultura afro-brasileira

Maranhão será o primeiro estado a receber a Conferência Culturas Negras, afrodescendentes e afro-brasileiras – Perspectivas para políticas públicas

Reunir pesquisadores, gestores públicos e agentes culturais para um diálogo sobre ações afirmativas para as políticas públicas de fomento às culturas negras. Dentro dessa perspectiva, São Luis no Maranhão recebe, nesta terça-feira, 23/7, o Ciclo de Palestras Cultura Afro-brasileira: Nosso Patrimônio. O evento realizado pelo Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra(CNIRC) da Fundação Cultural Palmares, oferece a oportunidade de conhecer mais sobre as práticas, costumes, conhecimentos e tradições das manifestações culturais afro-brasileiras.

Nelson Inocêncio, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília, ministrará a Conferência Culturas Negras, afrodescendentes e afro-brasileiras – Perspectivas para políticas pública. Esta é a primeira de uma série de conversas que serão realizados pelo país, no âmbito das comemorações dos 25 anos da Fundação Cultural Palmares, comemorados em agosto próximo.

Novas perspectivas para as culturas negras

De acordo com Inocêncio, um dos objetivos do debate está na necessidade de romper com noções históricas que dão às produções artísticas e culturais de matrizes africanas um caráter exótico. “Precisamos buscar o amadurecimento acerca dos conceitos de culturas negras, afrodescendentes e afro-brasileiras”, ressalta.

Sobre o fomento às produções culturais negras, Inocêncio acredita que “enquanto perdurar o senso comum em torno das culturas negra, afrodescendente e afro-brasileira como um bloco homogêneo, haverá distorções e dificuldades nas priorizações referentes ao uso do dinheiro público”, pontua.

Coleção Conheça Mais – As palestras ministradas no Ciclo de Palestras resultarão na publicação de livros da Coleção Conheça Mais, com o objetivo de atender à demanda de material didático na área de cultura afro-brasileira, de acordo com a Lei nº 10.639/2003. Segundo Nelson Inocêncio ainda há muito para se aprender sobre África. “Hoje devemos ir da celebração à ‘Mama África’ ao aprofundamento de nossos conhecimentos acerca daquele continente, percebendo suas tensões, suas contradições, mas também seus êxitos. Esta África real é também um conjunto de possibilidades que transcende as abordagens fatalistas da grande imprensa internacional”, pontua.

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UELEixos Temáticos – Ações afirmativas, Candomblé, Umbanda, Quimbanda, Capoeira, Gastronomia afro-brasileira, Lei nº 10.639, O negro nos meios de comunicação, o Estatuto da Igualdade Racial e Quilombos, são alguns dos temas já retratados na Coleção. Rosane Borges, coordenadora do CNIRC destaca que, em 2014, as publicações vão trazer novos temas e serão distribuídas nas escolas e bibliotecas brasileiras, a fim de oferecer aos estudantes conteúdos sobre patrimônio cultural afro-brasileiro.

Serviço:

O que: Culturas Negras, Culturas Afrodescendentes e Culturas Afro-Brasileiras: Perspectivas Para as Políticas Públicas – Participação: Professores Dr. Carlos Benedito Rodrigues (UFMA), Marluze Pastor Santos (UEMA) e Nelson Inocêncio (UnB).

Quando: 23 de julho à partir das 14 horas

Onde: Auditório da Faculdade de Arquitetura da Universidade Estadual do Maranhão

 

 

Fonte: Palmares

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