Os racistas que se escondem atrás dos teclados foram expostos por meio da campanha “Espelhos do Racismo”, lançada pela ONG Criola e criada pela W3haus. O case faturou, até o momento, dois Leões de Bronze, em PR e Outdoor, respectivamente.
Não é um simples bronze. É um bronze que vale ouro. Primeiro porque o Leão de PR é o primeiro da história da W3haus, o que é sadio para um mercado acostumado a outros nomes. Mas o mais importante é a causa. “Mas é uma campanha para ONG”, so what? Há tantas campanhas para ONGs que podem inspirar os clientes varejistas. O próprio uso de dados feitos para o case pode ajudar – e muito – a vender mais.
Mas isso não importa aqui. Pelo menos, não agora. É hora de reverenciar o grande trabalho da W3 que jogou luz sobre um problema tão presente no Brasil. Um problema que teimamos em esconder, que não é discutido como deveria.
É impressionante como em 2016, pleno século XXI, ainda vemos e ouvimos casos de racismo por aí. E como se não bastasse as situações cotidianas presenciadas nas ruas de todo o país, agora ele vem se intensificando na Internet, um campo seguro para os covardes que muitas vezes se escondem por trás de um perfil falso nas redes sociais.
Recentemente tivemos dois casos que por se tratarem de pessoas famosas vieram rapidamente a tona na mídia de massa. Em Julho de 2015, a repórter do tempo do Jornal Nacional, Maria Júlia Coutinho, foi acidamente atacada por um grupo de fakes. No mês anterior a esse, tivemos a atriz Taís Araújo, que da mesma forma, foi xingada de todas as formas simplesmente por ser negra.
Em ambos os casos, os responsáveis estão sendo investigados e punidos quando encontrados. Mas confesso que quando eu soube fiquei me perguntando: “E se elas não fossem pessoas públicas, será que teriam o mesmo fim? Será que seria divulgado da forma que foi?
Provavelmente não, e isso é bem triste, pois sabemos que todos os dias casos assim acontecem com anônimos, homens e mulheres, que “perderam” os direitos humanos por terem uma cor de pele diferente.
Há algumas campanhas que você precisa guardar momentos-chave num lugar especial da mente. Faça um favor a si mesmo: veja o fim do vídeo, com o pedido de desculpas do racista, e guarde esta cena naquele lugar especial do cérebro.