Da ficção e HQs ao ensaio acadêmico, cinco livros para entender Umberto Eco

Umberto Eco morreu há pouco. Aqui, indico cinco obras para se conhecer melhor o trabalho do italiano:

Por  Rodrigo Casarin, do UOL

 

O Nome da Rosa” – livro mais famoso de Eco, narra uma história que se passa em 1327 em um mosteiro franciscano na Itália. Um frei é enviado ao lugar para apurar supostos pecados cometidos por alguns monges. No entanto, uma série de misteriosos assassinatos leva o investigador a uma trama cheia de reviravoltas, marcada pelo mistério e pelo herege erotismo.

O Pêndulo de Foucault” – dentre as obras de ficção, é a segunda mais conhecida de Eco. Publicada em 1988, segue fórmula semelhante àquela adotada em “O Nome da Rosa”. Na década de 1980, profissionais de uma editora encontram pistas de que, em 1312, haveria acontecido uma fraude na Ordem dos Templários que traria consequências até a realidade do século 20.

Apocalípticos e Integrados” – Uma das principais características de Eco foi saber integrar o saber acadêmico com o universo pop. Neste livro de 1965 está presente “O Mito do Super-Homem”, ensaio no qual o autor equipara as histórias em quadrinhos com outras artes até então consagradas. O texto foi largamente reproduzido, integralmente ou parcialmente, em diversos artigos que enaltecem as HQs.

Não Contem com o Fim do Livro” – outro traço fundamental na biografia de Eco é o amor aos livros. Aqui, em parceria com o francês Jean Claude-Carrière, outro célebre bibliófilo, o italiano recorre à história das publicações impressas para garantir em uma série de ensaios que, independente das inovações tecnológicas, os calhamaços feitos de papel não deixarão de existir.

Número Zero” – lançado em 2015, é a última obra de ficção de Umberto Eco. Mesmo sendo um texto aquém de trabalhos anteriores – o próprio “O Nome da Rosa”, por exemplo -, a leitura é válida por abordar temas inerentes à sociedade atual, como a parcialidade da mídia e questões relacionadas ao poder político e aos interesses da sociedade.

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Os jovens que esquecem a história e a memória. Por Umberto Eco

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