Fonte: Folha de São Paulo-
Ginasta vê similaridade com Maurren ao se submeter a aplicação de enzimas
A vaidade colocou a ginasta Daiane dos Santos na rota dos atletas flagrados no doping.
Ao falar ontem pela primeira vez desde que o caso se tornou público, ela se colocou em patamar semelhante ao de duas estrelas do país pegas no doping: a saltadora Maurren Maggi e a jogadora de vôlei Jaqueline.
Isso porque a ginasta gaúcha alegou ter submetido seu corpo a aplicações de enzimas com o diurético proibido furosemida por causa da estética, em tratamento contra gordura localizada. “Eu não estava gostando da minha aparência. Tinha feito duas cirurgias no joelho. E ficar sem poder saltar e pular alterou minhas medidas, especialmente no abdome. Por isso decidi fazer o tratamento estético.”
Sem citar o nome da esteticista, ela falou que o caso é parecido com os de Maurren e Jaqueline. A saltadora foi pega em 2003, com clostebol, e alegou que o esteroide veio de pomada cicatrizante usada após depilação. Já Jaqueline, pega em 2007, às vésperas do Pan, com sibutramina, disse que o estimulante veio de chá verde que bebeu para combater celulite.
Mas Daiane, 26, diz que a similaridade para aí. “O que difere meu caso do delas é que eu não estava apta para competir.”
A atleta fez mea-culpa, alegando, como Maurren e Jaqueline, falta de informação e desatenção. E disse que só conheceu a furosemida após o resultado do teste feito em 2 de julho, no qual ditou ao responsável pela coleta os medicamentos que os médicos lhe descreviam via telefone. “Não sabia. Tanto que, depois, fiz outra aplicação.”
Daiane diz que soube do doping por e-mail enviado pela Federação Internacional de Ginástica em 3 de outubro, um dia após o Rio ser eleito sede da Olimpíada de 2016. “Não fiz para emagrecer, tanto que tinha 45 kg na época [entre junho e agosto] e estou com 45,5 kg. E não é só a carreira, e sim a minha honra, é questionada agora”, falou ela, acompanhada de seu advogado, Cristian Rios.
O defensor enviará nos próximos dias à FIG a justificativa de Daiane, solicitando que ela seja ouvida pela comissão instaurada para o caso. À espera do desfecho, a atleta ainda não tem previsão de voltar a atuar.