Defensoria pede indenização para pais de jovem executado por PMs em SP

Dileone foi morto por policiais militares em Ferraz de Vasconcelos, e testemunha denunciou o crime


SÃO PAULO – A Defensoria Pública de SP formulou na última segunda-feira, 30, um pedido de indenização ao Estado de São Paulo em favor dos pais de Dileone Larcerda de Aquino – que, de acordo com relatos de testemunhas, foi morto por policiais militares em um cemitério de Ferraz de Vasconcelos, no início do ano. O valor pedido a título de danos morais é de R$ 500 mil para cada um dos pais.

O pedido solicita ainda que o Estado conceda uma pensão vitalícia para cada um dos pais de Dileone, no valor de um salário mínimo paulista. A Defensoria pede também o ressarcimento de R$ 2.349,33 gastos pela família com o velório, transporte e sepultamento de Dileone.

O pedido formulado tem natureza administrativa e será analisado pela Procuradoria Geral do Estado. Segundo a Defensora Pública Daniela Skromov, responsável pelo caso, a finalidade é buscar uma composição extra-judicial para o caso, evitando-se a necessidade de levá-lo ao Judiciário.

Em 12 de março, Dileone foi perseguido por dois policiais militares após relato de um roubo de carro, que colidiu contra o portão de uma casa na Zona Leste da Capital. Após a colisão, Dileone abandonou o veículo. Na sequência, o jovem foi atingido na perna por um tiro disparado pelos policiais militares e logo após algemado. Dileone teria sido colocado dentro de uma viatura policial com vida. Testemunhas narraram à própria Polícia Militar que assistiram a Dileone ser executado por policiais militares nas dependências do Cemitério Parque das Palmeiras, em Ferraz de Vasconcelos, após ser retirado da viatura. Uma das testemunhas ligou para o telefone 190 e relatou o ocorrido.

Para a Defensora Daniela Skromov, o Estado deve responder pelos atos praticados pelos policiais, que estavam no exercício de função pública. “A responsabilidade do Estado é objetiva, de forma que o Governo tem o dever de indenizar os familiares da vítima por danos morais e materiais sofridos”, disse.

 

 

Fonte: Estadão

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