Moradores da Vila Cruzeiro recebem atendimento emergencial por meio de consultório móvel portátil levado de motocicleta, junto com o profissional de saúde, até onde o paciente está. Pagamento de valor simbólico de R$ 2 a cada atendimento é feito por algum comerciante da própria comunidade. Dentista na Favela já prestou serviço a mais de 150 pessoas
O projeto Dentista na Favela, uma iniciativa da ONG SOS Dental, oferece serviços odontológicos de emergência aos moradores da Vila Cruzeiro, no conjunto de favelas da Penha, por meio de um consultório móvel portátil levado de motocicleta, junto com o profissional de saúde, até onde o paciente está. Quando o deslocamento não é possível, um motoboy busca o paciente e o leva para o consultório de algum dentista parceiro, como mostra matéria do site da UPP RJ. O morador atendido não paga nada e ainda recebe um kit de higiene, além de aprender a escovar os dentes de forma adequada. O pagamento de um valor simbólico de R$ 2 a cada atendimento é feito por algum comerciante da própria comunidade, que entra como patrocinador e tem seu nome inscrito na carteirinha de associado do paciente. O projeto mantém profissionais de plantão que são acionados por meio de uma central telefônica. Prestes a completar um ano em ação, o Dentista na Favela já atendeu mais de 150 pessoas – praticamente um atendimento a cada dois dias. Apesar de o foco ser o atendimento emergencial, o projeto também promove ações educativas e preventivas. Essas atividades já passaram pelo conjunto do Alemão, morro do Chapadão e na própria Vila Cruzeiro.
Por Alfredo Mergulhão, para a UPP RJ
Projeto “Dentista na Favela” leva atendimento odontológico de emergência à Vila Cruzeiro
Profissionais vão até as casas dos moradores realizar atendimento
Uma iniciativa inovadora e autossustentável tem levado serviços odontológicos aos moradores da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, quando eles mais precisam. O projeto Dentista na Favela, uma iniciativa da ONG SOS Dental, oferece atendimento de urgência por meio de um consultório móvel portátil levado de motocicleta, junto com o profissional de saúde, até onde o paciente está. Quando isso não é possível, um motoboy busca o paciente e o leva para o consultório de algum dentista parceiro.
O Dentista na Favela mantém profissionais de plantão que são acionados por meio de uma central telefônica. Prestes a completar um ano em ação, o projeto já atendeu mais de 150 pessoas. Praticamente um atendimento a cada dois dias, levando bem estar para quem sentia dores ou teve um dente quebrado e precisou fazer curativo.
“É muito gratificante fazer esse trabalho. Além de suprir uma carência da comunidade, a gente acaba inspirando outros profissionais e também os próprios pacientes”, diz a dentista Patrícia Mello. Há 22 anos exercendo a profissão, ela sempre participou de trabalhos sociais, como os desenvolvidos pela Fundação Abrinq. Mas esta é sua primeira experiência dentro de uma comunidade.
O foco do projeto é o atendimento emergencial. No entanto, o Dentista na Favela também promove ações educativas e preventivas. Essas atividades já passaram pelo Complexo do Alemão e pelo Morro do Chapadão. Na sexta-feira, 31 de outubro, o consultório móvel foi montado no Centro Comunitário Vila da Cascatinha, na Vila Cruzeiro, onde a dentista Patrícia Mello cuidou da boca das crianças.
O projeto chegou à comunidade com a ajuda de uma liderança local. O parceiro do Dentista na Favela dentro da Vila Cruzeiro é Zen Ferreira, da organização Heróis do Complexo. “O dente é o cartão de visitas da pessoa. Então a gente valoriza muito essa parceria, porque ela nos ajuda nos momentos de emergência, quando a pessoa não sabe o que fazer”, afirma. Após o atendimento, o paciente é encaminhado para tratamento na rede pública.
Para cada atendimento, existe o pagamento de um valor simbólico de R$ 2,00 feito por algum comerciante da própria comunidade, que entra como patrocinador e tem seu nome inscrito na carteirinha de associado do paciente. O usuário atendido não paga nada, mas recebe um kit de higiene e aprende a escovar os dentes de forma adequada.
“Este é um modelo de negócio social sustentável. Não se trata de voluntariado, porque o dentista, o motoboy e o serviço de divulgação são remunerados. Fazemos isso porque não queremos que seja meramente um projeto, mas que deixe um legado para a comunidade, que gere renda”, explica a publicitária Alessandra Martins, da ONG SOS Dental e uma das responsáveis pela condução do Dentista na Favela.
Gestor de desenvolvimentos de negócios da SOS Dental, Daniel Ieno ressalta outro diferencial do projeto. “Ele é replicável. Com base nesse modelo de negócios é possível atuar em outras comunidades. Isso é empreendedorismo social autossustentável”, destaca.
Os resultados positivos já começaram a aparecer. O Dentista na Favela venceu em sua breve história o Prêmio Google Negócios de Impacto; Prêmio Brazil Foundation; e o Prêmio Sebrae na categoria melhor negócio social, entre outros.
Fonte: Brasil 247