Deuses afro-brasileiros são homenageados em espetáculo do Balé Folclórico da Bahia, em NY

“Herança Sagrada” do Balé da Bahia celebra também os 20 anos da companhia de dança

 

Começou no dia 13 último e segue até março próximo a turnê do Balé Folclórico da Bahia pela América do Norte. O grupo se apresenta nos dias 29 e 30 de janeiro no World Music Institute (WMI) em Nova Iorque.

São 25 bailarinos que trazem uma verdadeira explosão de movimentos e energia. Intitulado “Herança Sagrada”, o programa foi criado para celebrar os 20 anos de existência do Balé da Bahia, e homenageia os orixás. De Miami (FL), onde iniciou a turnê, Walson Botelho, diretor do grupo, falou ao Comunidade News. Segundo ele, os shows mostrarão toda a influência que o candomblé deixou, principalmente na Bahia.

Trata-se de uma retrospectiva que retrata desde a época da escravidão até a contemporaneidade, de acordo com Botelho. Manifestações como a capoeira e a puxada de rede, baseadas na cultura africana, sãoparte das apresentações.

O grupo já esteve diversas vezes nos Estados Unidos. Na opinião de Walson, os shows deste ano terão um impacto maior. “Estamos tratando de um tema que está sendo muito discutido no mundo inteiro, que é a religiosidade. É um espetáculo muito voltado para o lado espiritual”. As apresentações anteriores tinham manifestações folclóricas.

De acordo com Botelho, o interesse da população negra pelas festividades religiosas da Bahia tem crescido a cada ano. “A Bahia é uma espécie de meio de caminho entre os Estados Unidos e a África”. Segundo Walson, a religiosidade é muito mais preservada no estado brasileiro do que em certos países da África.

O diretor destaca o papel social das apresentações do “Herança Sagrada”. “Um papel antropológico e cultural muito importante, porque resgatamos esta cultura de uma forma muito verdadeira, muito pura.

Então não é só um espetáculo para divertir”. A responsabilidade da dança Considerada a única companhia e dança folclórica profissional do Brasil, o Balé da Bahia foi criado por Walson Botelho e Ninho Reis em 1988. Entre os prêmios conquistados estão o Prêmio Mérito ao Turismo (2006) e Prêmio Mambembão. Austrália, Suécia, Holanda e Joanesburgo são alguns dos países onde o grupo já se apresentou.

Segundo Walson, o público do balé é formado em sua maioria por estrangeiros. “É uma companhia que quando viaja não se apresenta somente para brasileiros”. Carregar o título de única companhia folclórica profissional brasileira é uma grande responsabilidade, de acordo com o diretor. “Mas também é uma satisfação muito grande. Não somente pela qualidade do espetáculo que apresentamos, mas também pela estrutura que a companhia tem”. De acordo com Botelho, desde os dançarinos até os técnicos da companhia trabalham oito horas por dia.

“Entre aulas e ensaios. Cumprem todas as obrigações funcionais”. A responsabilidade do Balé da Bahia, segundo o diretor, é sempre tentar fazer o melhor para o público. “Fazemos isto de uma forma muito prazerosa e gostosa. Tudo isto sai de dentro da gente, flui de uma forma muito natural. É um prazer estar em cima do palco.

Apesar de ter o peso desta responsabilidade, é uma responsabilidade que dá muito prazer”.

 

Fonte: Comunidadenews

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