Dia da África: Estas iniciativas vão mudar o jeito que você vê o continente

O que a significa África para você?

Por  , do Brasil Post 

Você sabe de quantos países é composto esse – gigante – continente?

Um continente diverso, que abriga nações tão diferentes entre si, é visto muitas vezes como uma grande massa homogênea. Mas, como mudar essa visão? Como ver uma nova África, ou melhor, uma outra África.

Reunimos aqui algumas iniciativas que buscam quebrar paradigmas e mostrar esse continente – e a sua cultura, tão presente na realidade brasileira – de um jeito diferente.

Conhece alguma outra iniciativa? Deixe aqui nos comentários. :)

Afreaka
O projeto, fundado pela Flora Pereira e pelo designer Natan Aquino em 2012, busca trazer conteúdo inédito e um lado pouco conhecido do continente.

“O Afreaka é um projeto de mídia alternativa, educação e produção cultural que traz um lado pouco conhecido do continente africano no Brasil, fugindo dos estereótipos como fome, pobreza e passividade, e cobrindo as expressões coletivas e individuais das culturas locais – tendências, música, literatura, arte, culinária, arquitetura etc.”

Para buscar essas novas histórias, os criadores do projeto viajaram de transporte público por 15 países africanos. As viagens foram bancadas por meio de crowdfunding.

Em um passeio pelo site você vai encontrar um acervo enorme de reportagens sobre os mais diversos temas, passando por quadrinhos, inovação e tecnologia e relatos do dia a dia.

O site também disponibiliza vídeos, notas e ilustrações.

Manifesto Crespo
Já pensou que o nosso cabelo também diz muito sobre nossa identidade? Mais do que um coletivo que promove “universo da estética negra brasileira”, o Manifesto Crespo quer promover o intercâmbio com outros países da África com foco em moda e estética do cabelo crespo.

“O coletivo tem como foco central a discussão sobre como o cabelo crespo pode e deve ser encarado de uma forma criativa, fazendo com que se desmistifique a ideia de que existe cabelo ruim. O negro com seu cabelo e sua cultura são fonte de infinitas criatividades e de beleza!”

O grupo é composto por quatro mulheres: Denna, Nina, Lúcia e Thays. Entre oseventos promovidos pelo coletivo estão oficinas de arte, eventos sobre empreendedorismo e aulas de técnicas de trançagem e maquiagem.

Em entrevista ao portal Pro Menino, Nina disse que é fundamental e urgentediscutir gênero e padrão de beleza entre homens e mulheres.

“Sempre tem algo para ser desconstruído: é o cabelo chamado de duro e ruim, o corpo visto como feio e desajeitado. Existe um padrão de beleza inatingível muito reforçado pelos veículos de comunicação de massa que não atinge a todas as mulheres, mas com as meninas negras isso é muito potencializado.”

O MENELICK 2º ATO
O projeto, que tem como nome uma homenagem ao primeiro jornal da imprensa negra paulista, que circulou em 1915 e 1916, criado pelo poeta Deocleciano Nascimento, propõe uma “reflexão acerca da produção artística da diáspora africana, bem como das manifestações culturais popular e urbana do Ocidente negro”.

Criado em 2007, há cinco anos o Menelick 2º Ato saiu do mundo online para se tornar uma revista impressa trimestral, que é distribuída de graça em vários pontos de São Paulo e também pode ser lida online.

Por lá, e possível encontrar conteúdos sobre música, teatro, cinema, dança, artes plásticas… E junto com as reportagens (são várias), pode vir também uma sugestão legal de filme.

Alexandre Keto
Brasileiro, Alexandre Keto mergulhou no universo da arte na comunidade onde vivia, na Zona Leste de São Paulo. Ele conta, no entanto, que sentiu a necessidade de criar desenhos que representassem as pessoas – negras – que viviam na sua comunidade.

“A cultura negra sempre esteve muito presente na minha vida”, contou ele à Folha de S.Paulo. Seu nome de batismo é Alexandre Veronse. O Keto foi adotado já adulto. Recentemente, o artista participou da 3ª Bienal Internacional Grafitti Fine Arte, em São Paulo.

Os elementos da cultura africana são predominantes na obra do artista, que depois de 2011 foi várias vezes ao continente, onde realiza intercâmbios entre artistas brasileiros e africanos. Sua arte se tornou uma ferramenta de transformação social.

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